Etanol: Análise Conjuntural Agromensal Cepea/Esalq/USP Julho/2020
Os preços dos etanóis hidratado e anidro estiveram estáveis ao longo de julho, sustentados pela reação nas vendas do biocombustível na ponta de distribuição. Ressalta-se que, apesar do aquecimento no mês, a saída de etanol ainda esteve bem aquém do observado no período que antecedeu a pandemia de covid-19, mesmo com o biocombustível mostrando competitividade frente à gasolina C no segmento varejista dos principais estados consumidores. Quanto ao volume de etanol hidratado captado pelo Cepea em julho, recuou 1,9% na comparação com o mês anterior. Representantes de distribuidoras mostraram necessidade de repor estoques em julho, estando mais ativos especialmente na segunda quinzena do mês.
Além da demanda, outro fator que deu sustentação às cotações do etanol em São Paulo foi a postura firme dos vendedores, com muitas usinas dando enfoque na produção de açúcar. Vale lembrar que as cotações internacionais do adoçante em patamares atrativos e o dólar em patamar elevado estimularam usinas a produzirem e exportarem o alimento. No caso do etanol anidro, houve forte aumento do volume entregue por meio dos contratos de ano-safra entre usinas e distribuidoras, reduzindo a participação do mercado spot no total negociado desse combustível ao longo de julho. Assim, a média dos valores das semanas cheias do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 1,6368/litro, pequeno recuo de 0,41% na comparação com as semanas cheias de junho.
Para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, porém, foi registrado leve aumento de 0,16%, com média de julho a R$ 1,8566/litro no spot. Em julho, nos principais estados produtores de etanol do Centro-Sul, o abastecimento com hidratado nos postos seguiu vantajoso frente à gasolina C. No estado de São Paulo, as médias foram de R$ 2,545/litro para o etanol e de R$ 3,936/litro para a gasolina, com paridade de 64,7%, ante os 64,8% do mês anterior. Nos outros estados, a relação média entre os combustíveis também foi inferior a 70%: 57,6% em Mato Grosso, 64,9% em Goiás e 66,1% em Minas Gerais, de acordo com dados da ANP (Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
NORDESTE
Os produtores de etanol seguem com expectativas positivas sobre a nova safra, que deverá se iniciar oficialmente em setembro, uma vez que, em junho, época que é realizado o plantio da cana-de-açúcar, houve quantidades suficientes de chuvas e também de dias ensolarados, essenciais para o desenvolvimento da cana, segundo colaboradores do Cepea. Os preços dos etanóis anidro e hidratado subiram por mais um mês nos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba. Os estoques limitados e a alta da gasolina, o que impulsionou as cotações nos estados do Centro-Sul, elevaram os preços. Na Paraíba, algumas unidades já comercializaram etanol da safra nova em julho.
O Indicador mensal do hidratado CEPEA/ESALQ da Paraíba subiu 2,81% frente ao de junho, fechando em R$ 1,7924/litro em julho. O Indicador mensal do anidro CEPEA/ESALQ foi de R$ 2,1763/litro, avanço de 7,01% na mesma comparação. Em Pernambuco, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 1,8207/litro em julho, alta de 2,69% em relação ao mês anterior. Para o anidro, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ fechou em R$ 2,1537/litro, aumento de 3,12%. O Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado de Alagoas fechou em R$ 1,6862/litro, elevação de 10,31% entre junho e julho. No caso do etanol anidro, a alta foi de 9,25% no mesmo comparativo, fechando a R$ 2,0854/litro (Assessoria de Comunicação, 5/8/20)