EUA devem impor cotas para importação de aço do Brasil
A uma semana do término do prazo das negociações com os Estados Unidos, o setor de aço brasileiro ainda não tem uma definição clara sobre quais serão as regras definidas pelo governo norte-americano para a exportação do produto.
Por ora, segundo o Instituto Aço Brasil, a sinalização do governo dos EUA é de que o sistema de cotas será implementado, embora os detalhes não estejam claros.
O sistema de cotas pode, por exemplo, estabelecer um limite para a exportação de um determinado produto. Nesse caso, o setor teria de se organizar para dividir esse limite entre as diferente empresas brasileiras que exportam para os EUA.
Com esse cenário em vista, a indústria brasileira trabalha para que os produtos semiacabados, que representam 80% das exportações para os Estados Unidos, sejam excluídos de um possível sistema de cotas e, dessa forma, o impacto seja limitado no setor.
“Eles ainda não têm esse sistema pronto”, afirmou o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes. “Não está nada definido. Trabalhamos para que o semiacabado não tenha cotas.”
As novas taxas para a importação de aço e alumínio foram impostas no começo de março pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O país decidiu cobrar uma sobretaxa de 25% para o aço importado e de 10% para o alumínio.
A medida começou a valer em 23 de março, mas o Brasil e outros seis parceiros comerciais dos EUA ficaram de fora e tem até 1º de maio para chegar a um acordo. Desde então, os dois países têm buscado uma negociação bilateral para o caso.
O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA e as vendas para o país representam um terço das exportações brasileiras do produto.
No primeiro trimestre, a produção de brasileira do aço foi de 8,6 milhões de toneladas, uma alta de 4,9% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Previsão é de alta nas exportações
Para 2018, o Instituto Aço Brasil espera um aumento de 10,7% nas exportações em relação ao ano passado, para 16,987 milhões de toneladas. A previsão não leva em conta os possíveis impactos da decisão do governo do EUA (G1, 24/4/18)