18/08/2023

EUA exportam menos carne, mas reduzem compras do Brasil

EUA exportam menos carne, mas reduzem compras do Brasil

Animais em fazenda no Texas (EUA) - Evan Garcia - 3.ago.23-Reuters

 

No primeiro semestre deste ano, país adquiriu 36% menos carne bovina brasileira.

Os Estados Unidos atualizaram os dados sobre o mercado de carne nesta quinta-feira (17). A capacidade de exportação dos norte-americanos, principalmente no que se refere à carne bovina, cai, mas as importações da proteína do Brasil também recuam.

Os Estados Unidos compraram 36% menos carne bovina do Brasil no primeiro semestre deste ano em relação a igual período do ano passado. No mesmo período, adquiriram 51% a mais da Austrália.

O potencial americano para suprir o mercado externo, no entanto, está sendo menor, o que deixa mais espaço para os brasileiros. Conforme estimativas do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a produção norte-americana recua para 12,3 milhões de toneladas neste ano, 4% a menos do que no ano passado. Em 2024, a queda será ainda maior, caindo para 11,4 milhões de toneladas.

Com a queda na oferta interna, o potencial de exportação dos EUA diminui para 1,46 milhão de toneladas neste ano, 9% a menos do que em 2022. Em 2024, o setor voltará a exportar menos, com retração de 7,5% no volume, segundo o Usda.

No setor de frango, a produção norte-americana deverá atingir 21,3 milhão de toneladas, 1,4% a mais do que em 2022. As exportações ficam estáveis em 3,3 milhões.

O Brasil lidera o ranking mundial de exportação de carnes de frango e bovina. Os Estados Unidos vêm a seguir.

A suinocultura americana manterá uma situação produtiva melhor do que a da bovinocultura e da avicultura. A produção deste ano poderá chegar a 12,4 milhões de toneladas, 1% acima da de 2022. No próximo ano, volta a subir.

Os preços da carne suína dos Estados Unidos estão mais competitivos do que os da União Europeia, o que faz o país ganhar mais espaço na Ásia. As vendas externas deste ano devem superar em 9% as do ano passado (Folha, 18/8/23)