EUA: Produção de carne sobe em 2019, e concorrência com Brasil será maior
O Brasil pode se preparar para uma concorrência maior dos Estados Unidos no setor de carnes no próximo ano. Produção e exportação deverão ser recordes em alguns dos setores de proteína deste país, concorrente direto do Brasil.
Uma das apostas dos americanos é exatamente a Ásia, mercado onde o Brasil também vem conseguindo avançar nos últimos anos.
Estimativas do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgadas nesta quarta-feira (16) indicam que a produção de carne bovina deverá atingir 12,6 milhões de toneladas, 1,8% acima da estimada para este ano.
Os Estados Unidos são os líderes mundiais na produção de carne bovina, mas o Brasil é o maior exportador.
As estimativas de vendas externas de carne bovina dos americanos são de um volume recorde de 1,43 milhão de toneladas em 2019.
As importações também ficarão no mesmo patamar das exportações, e o Brasil tem participação de 4,5% no volume de carne bovina importado pelos Estados Unidos.
O frango é outro setor em que os americanos lideram a produção mundial. Apesar dos desafios internos, o país deverá atingir 19,6 milhões de toneladas em 2019. As exportações deverão poderão atingir 3,2 milhões de toneladas.
Os americanos mantêm a liderança mundial na produção, mas é o Brasil —o segundo maior produtor, com 13,4 milhões de toneladas— que lidera as exportações.
No setor de carne suína, os Estados Unidos estão aumentando a capacidade instalada, o que deve garantir uma evolução de pelo menos 3% no volume produzido no próximo ano.
Os analistas do Usda esperam que os EUA mantenham uma competitividade no mercado internacional nesse tipo de proteína, em relação aos demais concorrentes.
As exportações de carne suína poderão atingir o recorde de 2,8 milhões de toneladas em 2019. México, Japão, Coreia do Sul e China são mercados bons e cativos para os Estados Unidos.
Um dos desafios no próximo ano será a elevação dos custos de produção, o que pode influenciar as margens e a demanda (Folha de S.Paulo, 17/5/18)