07/02/2020

Exportação de carne de frango do Brasil cresce 14,9% em janeiro

Exportação de carne de frango do Brasil cresce 14,9% em janeiro

Legenda: Considerando apenas os embarques para a China a alta é de expressivos 87%, com 62,7 mil toneladas

As exportações de carne de frango do Brasil avançaram 14,9% em janeiro na comparação com mesmo mês do ano passado, impulsionadas por um forte aumento nas aquisições pela China, disse nesta quinta-feira a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Segundo a entidade, os embarques do produto (in natura e processado) totalizaram 323,8 mil toneladas no período, gerando receita de 529,1 milhões de dólares, crescimento de 16,5% em relação a janeiro de 2019.

“O mercado internacional segue pressionado, o que se reflete em preços maiores em relação ao registrado em 2019. O mix de produtos enviado para mercados com maior valor agregado, como Japão, China e União Europeia, também favorecera o desempenho mensal”, disse em nota o presidente da ABPA, Francisco Turra.

Considerando apenas os embarques para a China, principal destino das exportações brasileiras de carne de frango, a alta é de expressivos 87%, com 62,7 mil toneladas.

O país asiático tem acelerado aquisições de carnes no mercado externo desde o ano passado, diante da escassez doméstica de proteínas causada por um surto de peste suína africana, e tende a ampliar importações mesmo com a atual epidemia de coronavírus, avaliou na segunda-feira o presidente da ABPA, em entrevista à Reuters.

Em dezembro, antes de o coronavírus vir à tona, a entidade projetava um aumento de 7% nos embarques totais de carne de frango do Brasil em 2020, para um recorde de 4,5 milhões de toneladas, com impulso especialmente da China.

Outros mercados importantes também apresentaram resultados positivos no mês passado, de acordo com a associação, como Japão (alta de 17%, a 31,9 mil toneladas) e União Europeia (avanço de 22%, para 18,1 mil toneladas).

No comunicado, a ABPA não mencionou o coronavírus ou qualquer impacto da doença ao comércio (Reuters, 6/2/20)

TERCEIRA  CHAMADA – EDITORIA INSUMOS

Peste suína derruba produção mundial de ração para o setor em 11%

Legenda: Criação de porcos em Harbin, na China. Febre africana, fatal aos animais, impactou produção de carne suína

 

Oferta para outros setores cresce, mas o volume total cai 1,1% em 2019, aponta pesquisa de empresa.

peste suína africana não trouxe prejuízos apenas para a suinocultura dos países afetados; também reduziu a atividade de setores industriais. Um deles foi o de ração. A produção mundial do insumo para esse setor teve queda de 11% em 2019. Com isso, a oferta total mundial de ração caiu 1,1% no período.

A intensidade da doença na China fez o país asiático perder a liderança de produção mundial de rações para os Estados Unidos. O Brasil é o terceiro maior.

O volume que foi colocado pelas indústrias no mercado mundial recuou para 1,13 bilhão de toneladas em 2019, conforme mostram dados da Alltech, empresa que faz um acompanhamento anual do setor.

Os dados são com base em informações colhidas no último bimestre do ano.

A América Latina, isenta da peste suína africana e grande fornecedora de proteínas para o mundo, teve crescimento de 2,2% no volume de ração produzido em 2019, para 168 milhões de toneladas métricas.

Um dos principais destaques na produção e na exportação mundiais de carnes bovina, suína e de frango, o Brasil foi um dos grandes fornecedores de proteínas para a China. Essa demanda chinesa manteve a produção nacional de ração mais aquecida.

O mercado deste produto mostra as tendências atuais do agronegócio no mundo e onde o setor se destaca. Os nove maiores produtores de ração são responsáveis pelo fornecimento global de 58% desse insumo e concentram 57% das indústrias.

Os efeitos da peste suína para a indústria de ração ficam evidentes nos números da pesquisa mundial da Alltech. A produção de ração para esse segmento recuou para 261 milhões de toneladas em 2019. No ano anterior eram 292 milhões. Foi o único setor a registrar queda.

Já a produção de rações para frango de corte, o de maior volume, subiu 3% no ano passado, atingindo 306 milhões de toneladas.

Enquanto nos Estados Unidos o maior volume de ração produzida é destinada à bovinocultura, no Brasil as indústrias se voltaram mais para o insumo destinado a frango de corte e a suínos, apontam os dados da Alltech.

 

O agravamento da peste suína no ano passado fez com que a produção de ração caísse 5,5% na Ásia. A China, país mais afetado pela doença, teve queda de 20 milhões de toneladas na produção, o que a levou a perder a liderança mundial.

Um dos destaques no setor é a produção de rações para animais domésticos, cujo crescimento foi de 4%. As maiores evoluções ocorreram na Ásia, na América Latina e na Europa.

Os dados de produção do Brasil atingiram 75 milhões de toneladas no ano passado, 4% mais do que em 2018, segundo o Sindirações (sindicato das indústrias desse setor). Esse percentual de crescimento deverá se repetir neste ano.

A produção de rações para frango e para suínos registraram os maiores crescimentos no país: 3,9% e 5,5%, respectivamente.

MEDO DO CORONAVÍRUS

Os chineses continuam fazendo estoques e antecipando compras de carnes no Brasil. No mês passado, a China ficou com 20% da carne de frango exportada pelos brasileiros. Eles compraram 63 mil toneladas, um volume 87% superior ao de janeiro de 2019.

O apetite chinês elevou as vendas externas brasileiras de carne de frango para 324 mil toneladas, o que rendeu US$ 529 milhões para os exportadores. Em relação a igual mês de 2019, a evolução do volume foi de 15% e a das receitas, 17%. Aumento maior das receitas do que o do volume mostra preços aquecidos.

Os dados são da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) (Folha de S.Paulo, 7/2/20)