Exportação do agronegócio rende menos e importação de insumos onera mais
Venda externa de alimentos recua para US$ 65 bilhões, enquanto adubo e agrotóxico geram custos de US$ 11 bilhões no ano.
Tradicional irrigadora de dólares na economia, a agricultura vai trazer menos divisas de fora e “exportar” mais dólares neste ano.
O setor de alimentos, devido queda nas exportações de soja, está com uma redução de pelos menos US$ 5 bilhões em receitas neste ano, em relação a igual período do ano passado.
De janeiro a outubro, as exportações no item de alimentos recuaram para US$ 65 bilhões, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Celulose e madeira, outros dois itens importantes do agronegócio, também estão com queda. A celulose rendeu US$ 6,2 bilhões até agora, e o setor de madeira, US$ 2,4 bilhões.
Já os custos com importações de insumos vêm subindo. Novo avanço de área semeada exigiu um volume maior de fertilizantes e de agrotóxicos.
Neste ano, os gastos do país com importações de inseticidas, herbicidas, fungicidas e outros produtos de proteção dos grãos em armazenagens subiram para US$ 3 bilhões, 25% mais do que em igual período do ano passado.
Além de um aumento da safra de grãos, houve uma liberação maior de novos produtos pelo governo. Em 2017, foram 405 registros. Em 2018, 450. Neste ano, 382.
A demanda por fertilizantes também cresceu muito, exigindo a importação de 25 milhões de toneladas deste insumo nos dez primeiros meses do ano.
O volume supera em 11% o de janeiro a outubro de 2018. Em valores, os gastos atingiram o recorde de US$ 7,7 bilhões no período, 17% mais do que em 2018.Os dados mais recentes da Anda (Associação Nacional para a Difusão de Adubos) indicam que a entrega de fertilizantes cresceu 7% no primeiro semestre deste ano, somando 14 milhões de toneladas