Faesp: “Líderes rurais não podem ser cúmplices e avalistas dos desmandos”
Tirso e Fabio Meireles Foto Reprodução
O acórdão da 10ª Turma do Tribunal Regional da Justiça do Trabalho da 2ª Região, anunciado por unanimidade de 3 votos a zero, nesta última 3ª feira (14), anulando por fraude – termo utilizado pelo advogado da chapa da oposição prof. Dr. Antonio Ernani Pedroso Calhao - as eleições de novembro da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar, está provocando um verdadeiro tsunami junto aos 237 sindicatos de produtores rurais paulistas e manchando e transformando em autêntico “mar de lama” o mais importante e vigoroso setor da economia do Estado de São Paulo, responsável por 42,8% da produção e das exportações no 1º quadrimestre.
Vale ressaltar que dirigentes de entidades e até mesmo funcionários que sejam investigados por cumplicidade, incorrem em crimes previstos pelo
Código Penal (Lei 2.848/40) no art. 2999 que específica o que é a cumplicidade: “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”. Independente do resultado da nova eleição na Faesp/Senar, eventuais e prováveis crimes que possam ser apurados também atingirão outros dirigentes além dos que ocupam cargos de presidentes e diretores. O mesmo se aplica a funcionários que possam, eventualmente, terem sido coniventes com desvios de conduta praticados na entidade.
Segundo a decisão do TRT-2, a partir desta 2ª feira (2) começa a contar o prazo de 10 dias para que a Faesp/Senar publique edital convocando novas eleições que devem ser marcadas pela isonomia que não foi respeitada no pleito de novembro do ano passado. Como se recorda, a mídia nacional denunciou reiteradas vezes, os abusos e o cerceamento do trabalho da chapa de oposição, liderada por Paulo Junqueira, para registrar a chapa, que tinha e continua tendo, como principal objetivo, acabar com o processo de transformação da entidade em um “puxadinho” dos interesses privados do “clã Meirelles”
Nas eleições de novembro, Fábio, depois de se manter na presidência através de 12 reeleições, tentou impor seu filho Tirso, para sucedê-lo na presidência da Faesp/Senar articulando processo eleitoral nem um pouco democrático e muito menos ético. Paulo Junqueira, advogado, empresário do agronegócio, presidente do Sindicato Rural e da Associação Rural de Ribeirão Preto e da Assovale – Associação Rural do Vale do Rio Pardo, levou à Justiça do Trabalho denúncias, relatórios e documentos que comprovavam as irregularidades.
Os argumentos da chapa de oposição foram aceitos pela juíza Marcia Sayori Ishirugi, que anulou as eleições. Advogados da Faesp/Senar recorreram da decisão que acabou sendo mantida pela 10ª Turma do Tribunal Regional da Justiça do Trabalho da 2ª Região por 3 votos a zero. De nada valeram as chicanas jurídicas articuladas pelos advogados da entidade. Antes da decisão do TRT-2, a Faesp/Senar divulgou vídeo institucional com depoimento do advogado e jurista Ives Gandra Martins, no qual ele, negava, peremptoriamente, qualquer irregularidade na eleição de Tirso Meirelles.
O vídeo não teve qualquer repercussão positiva e a ninguém convenceu, merecendo incontáveis críticas e sendo rebatido por Paulo Junqueira em entrevista para o programa “Larga Brasa”, do Sistema Thathi de Comunicação” e retransmitido pela TV BrasilAgro (https://www.brasilagro.com.br/conteudo/brasilagro-472-depoimento-do-dr-ives-grandra-martins-e-entrevista-do-dr-paulo-junqueira.html). Nele, respeitosamente, Paulo Junqueira lembra que Ives Gandra Martins é pai da chefe do Departamento Jurídico da Faesp, Angela Vidal Gandra Martins e que a propalada “lisura” não fora aceita e reconhecida pela Justiça do Trabalho (Da Redação, 20/5/24)
Imprensa: Escândalos e malfeitos pelos “Meirelles” tiram a Faesp/Senar das editorias de economia
“Não há uma só e única matéria publicada na mídia nacional trazendo algum fato novo relevante, importante ou inovador envolvendo a Faesp/Senar. A não ser as matérias veiculadas e pagas pelos cofres da entidade. Todas, repito, todas as notícias veiculadas são resultado de escândalos envolvendo uma entidade cujo conceito foi desmoralizado a cada uma das 12 reeleições de Fábio, o pai e agora de Tirso, o filho. Exemplo disto é a matéria publicada na edição de 5/12/2016 pela Revista Veja: “Dirigente paga até festa com contribuição sindical. Federação da Agricultura de São Paulo paga festa do presidente, Fábio de Salles Meirelles. A família dele tem empregos na estrutura da entidade. No dia dez de julho, foi realizada no Iate Clube de Santos, na Avenida Higienópolis, a festa de bodas do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de São Paulo (Faesp), Fábio de Salles Meirelles. Documentos obtidos por VEJA mostram que a Faesp pagou 20 mil reais somente com a locação do salão do Iate Clube (https://veja.abril.com.br/brasil/dirigente-paga-ate-festa-com-contribuicao-sindical).
“Numa entidade séria, seus associados deveriam ter um mínimo nível de decência e escrúpulos para destituir um dirigente que fez – continuou fazendo? – o abuso cometido por Fábio Meirelles. Esta é apenas uma das dezenas de denúncias veiculadas pela mídia. E, se não o fizeram, todos os presidentes de sindicatos de produtores rurais que foram omissos e nada fizeram para rebater este escândalo, se mostraram coniventes, cúmplices e avalistas dos abusos cometidos. Mancharam suas biografias e, terão agora, nas eleições de 2024, a última oportunidade de se redimirem. Manter Tirso Meirelles na presidência da Faesp/Senar é uma agressão aos princípios dos valores como a ética, a honra e o respeito ao estado democrático de direito”, afirma um dirigente sindical que integra o grupo de oposição.
Ele acrescenta que “o “modus operandi” dos Meirelles se assemelha às atividades desempenhadas pelos traficantes muitas vezes glamourizados por alguns setores da sociedade. “O fato de obterem recursos com o crime e provocarem a tragédia dos consumidores das drogas que matam e destroem famílias inteiras devem ser rechaçados por todos, principalmente pela Justiça. Ora, o que vemos na Faesp/Senar é a tendência da Justiça evitar que os malfeitos e escândalos promovidos pelos seus gestores se sobreponham aos interesses dos verdadeiros produtores rurais paulistas”, afirma a mesma fonte que também estranha os papéis que desempenham “coronéis” na segurança da entidade e de seus dirigentes. “A presença deles, muitas vezes de forma hostil e intimidatória, remete à imagem dos “milicianos” na guerra do tráfico e da corrupção que ocorre no Rio de Janeiro”.
Por fim, ele prega um verdadeiro “arrastão” de moralidade nas contas da Faesp/Senar que no exercício de 2024 deve gastar R$ 60 milhões, sendo a expressiva parte destes recursos vindas do Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural órgão controlado pela CNA – Confederação Nacional da Agricultura e da Pecuária. “O mesmo Senar que “contemplou” aos sindicatos de oposição com redução de investimentos em formação e qualificação profissional na ordem de 60% a 80%, o que é por si só um escândalo vergonhoso e mostra o caráter dos dirigentes da Faesp/Senar, incluindo toda a sua diretoria e a todos os dirigentes de sindicatos que os apoiam. Vale a pena advertir e repetir: cumplicidade é crime previsto no Código Penal”, conclui (Da Redação, 20/5/24)
Tirso Meirelles decide por vontade própria tomar posse em evento no Theatro Municipal de São Paulo
Theatro Municipal de São Paulo Foto Wikipedia Reprodução
Quem acompanha o imbróglio e os escândalos que marcam o meio cinquentenário do “clã Meirelles” no comando da Faesp, ficou estupefato e assustado quando centenas de convites foram disparados por Tirso Meirelles convidando autoridades, lideranças políticas, empresariais, sindicais e a imprensa para sua auto posse na presidência da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar.
A data da cerimônia que prometia ser “gloriosa e majestosa” era o último dia 14 de abril. Assim que foi informado do evento, Paulo Junqueira recorreu ao TRT-2 para impedir sua realização, haja vista que o pleito que teria elegido Tirso Meirelles encontrava-se sub judice, importante fato que parece ter passado desapercebido pelo grupo de advogados sob o comando da chefe do Departamento Jurídico Angela Vidal Gandra Martins. A desembargadora Ana Maria Moraes Barbosa Macedo, do TRT-2 concedeu liminar impedido a realização do evento. Horas antes do início da cerimônia anunciada, através de nota lacônica da assessoria de imprensa da Faesp/Senar informava, sem nenhuma justificativa, que o evento não mais seria realizado.
A infeliz e ridícula manobra tentada por Tirso Meirelles lembra outra que se tornou um dos maiores delírios cometidos na história mundial e que ocorreu em 2 de abril de 1982, envolvendo o então tenente-general Leopoldo Galtieri, líder da Junta Militar Argentina. Depois de passar o dia bebendo vinho em sua residência em Buenos Aires, ele ordenou o desembarque de uma força conjunta da Marinha e do Exército na ilha de Port Stanley, território inglês nas Malvinas.
A ocupação foi comemorada nas ruas da Argentina. Milhares ocuparam a frente da Casa Rosada, sede do governo argentino em Buenos Aires, como sinal de apoio ao fim de 149 anos da presença inglesa na região. No mesmo dia, a Coroa Britânica anunciou o corte de relações entre Grã-Bretanha e Argentina. A premiê britânica Margareth Thatcher enviou um poderoso contra-ataque. Foram 27 mil soldados e 111 navios de guerra. O episódio marcou, tristemente, o fim da ditadura na Argentina que até hoje chora seus soldados mortos num embate provocado por indivíduo desequilibrado e irresponsável.
Os mesmos atributos são atribuídos a Tirso Meirelles, o filho ungido do comendador Fábio para sucedê-lo no comando da capitania hereditária da Faesp/Senar. “De tantos erros, abusos e tentativas dos Meirelles em manter a entidade como “puxadinho” dos seus interesses particulares e familiares, o affaire “Posse no Theatro Municipal de São Paulo” talvez seja um dos mais importantes e significativos para evidenciar a incompetência, a irresponsabilidade, a arrogância e o desequilíbrio para que o filho suceda o pai no comando desta que é principal entidade que representa o sindicalismo patronal rural de São Paulo e do País”, afirma uma importante personalidade do agro brasileiro.
Tríplice homicídio culposo
Em 3/6/2016, o site de notícias G1, do Grupo Globo, publicou matéria sobre a condenação de Tirso Meirelles por “tríplice homicídio culposo (https://g1.globo.com/sp/
Paulo Junqueira, demonstração de prestígio e vocação para a defesa do agro forte e vigoroso
Tarcísio de Freitas, Paulo Junqueira,Bolsonaro Ronaldo Caiado Foto Douglas Intrabartolo
Em entrevista ao TV BrasilAgro (https://www.brasilagro.com.
“Meu propósito é ajudar a transformar uma entidade importante mal gerida e implantar um processo de reengenharia e inovação, trazendo o equilíbrio e a levando a implantar e defender processos tecnológicos à altura do protagonismo do agro brasileiro, lastreados por temas relevantes como ESG (Sustentabilidade Social e Ambiental e Governança), Economia Verde, Agricultura 5.0, dentre outros, e uma relação saudável com as instituições governamentais e privadas do País. Neste contexto não há espaço para amadores e impostores. Nós, produtores rurais, temos compromisso com as atuais e futuras gerações. Recebemos de nossos avós e pais o DNA de valores como pátria, família, trabalho, ética e respeito. Isto nos diferencia dos oportunistas e dos que agem fora do estado democrático de direito”, afirma Paulo Junqueira.
Na manhã último dia 28 de abril ele organizou e reuniu milhares de pessoas naquele que foi o maior evento da história de Ribeirão Preto, a “Capital Brasileira do Agronegócio”. O objetivo era demonstrar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e protestar contra o Governo Lula que estimula as atividades criminosas do Movimento dos Sem Terra (MST) e de temas sensíveis como o marco temporal, em tramitação no Congresso Nacional. O governador Tarcísio de Freitas deixou de ir a cerimônia oficial de abertura da Agrishow (realizada sem público) para estar ao lado de Bolsonaro, do seu colega governador do Estado de Goiás Ronaldo Caiado, de dezenas de senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos, vereadores e produtores rurais.
Ao mesmo tempo, Tirso Meirelles posava em fotos na Agrishow ao lado de figuras como o vice-presidente da República Geraldo Alckmin (“Lula está de volta à cena do crime...”), do ministro da Agricultura Carlos Fávaro (“Fui desconvidado pelos organizadores da Agrishow 2023...” ) e do ministro Paulo Teixeira do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (“Nosso governo atende as reivindicações do MST...”). As autoridades federais trouxeram mensagens do presidente Lula, que já se manifestou publicamente contra o agro que sustenta a economia nacional e nossa pauta de exportações taxando os produtores do setor de “facistas”.
Na noite do mesmo dia 28 de abril, em Ribeirão Preto no Hotel Mount Blanc Premium, a jornalista e empresária Aryane Garcia organizou o mais importante e representativo evento paralelo da Agrishow/2024, o Agrotalk Show que reuniu além do ex-presidente Jair Bolsonaro e os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Ronaldo Caiado (Goiás), personalidades da elite do agronegócio brasileiro como os ex-ministros da Agricultura Roberto Rodrigues e a senadora Tereza Cristina (Progressistas-MS), o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, deputado federal Pedro Lupion (Progressistas-PR), além de senadores, deputados federais e estaduais, empresários e líderes de instituições e entidades representativas do agro e da economia paulista e brasileira.
Em entrevista ao TV BrasilAgro, Aryane Garcia fez questão de ressaltar e elogiar Paulo Junqueira na organização do evento. “Graças a ele e ao bom relacionamento que mantém com as principais personalidades e líderes do agro que conseguimos reunir tanta gente importante e influente não apenas do setor mas também da economia brasileira”, afirmou. Todos os presentes reconheceram o papel da liderança efetiva e em ascensão de Paulo Junqueira lembrando que este protagonismo é fundamental para levar a Faesp/Senar a um patamar superior aquele que o “clã Meirelles” o está deixando (Da Redação, 20/5/24)