27/11/2018

GM deve fechar fábricas e demitir trabalhadores na América do Norte

GM deve fechar fábricas e demitir trabalhadores na América do Norte

Em plano de reestruturação, empresa pretende interromper produção em 5 unidades em 2019. Montadora também irá fechar 2 fábricas, ainda indefinidas, fora da América do Norte.

General Motors anunciou nesta segunda-feira (26) um plano de reestruturação que pode fechar 5 fábricas na América do Norte e cortar 15% do total de empregados, a fim de gerar economia de US$ 6 bilhões.

De acordo com a agência Associated Press, o plano pode levar à demissão de 14.700 trabalhadores.

Além de diminuir a força de trabalho da dona da Chevrolet nos Estados Unidos e no Canadá, o processo vai reduzir a produção e encerrar a fabricação de alguns modelos. É a maior reestruturação da GM desde seu pedido de falência, há uma década.

A montadora pretende focar na produção de SUVs e picapes, além do desenvolvimento da tecnologia para carros autônomos e elétricos.

As ações da GM na bolsa de Nova York subiram 4,79% nesta segunda-feira, após o anúncio do plano.

Em 2017, a GM anunciou investimento de US$ 1 bilhão para os Estados Unidos. Na época, estava transferindo parte da produção do México para os EUA, após o presidente Donald Trump ameaçar taxar a importação de veículos.

7 fábricas podem fechar

A montadora disse que pretende interromper a produção no próximo ano nas unidades de Lordstown (Ohio); Hamtramck-Detroit (Michigan) e Oshawa, em Ontário, no Canadá.

Também deverão ser afetadas as fábricas de motores e transmissão de Michigan e Baltimore, que ficarão sem modelos de carros para os quais produzir.

A questão será abordada com o sindicato dos trabalhadores no ano que vem, informou a agência Reuters.

Além das fábricas na América do Norte, a GM divulgou que mais duas unidades fora da região serão fechadas, mas os locais ainda não foram divulgados.

Procurada pelo G1, a GM Mercosul afirmou que não irá fornecer mais detalhes sobre o fechamento de fábricas fora da América do Norte

No início do ano, a empresa já havia anunciado o encerramento da unidade fabril na Coreia do Sul.

“Estamos adequando nossa capacidade à realidade do mercado", disse a presidente-executiva da GM, Mary Barra.

A CEO da montadora disse que as reduções são preventivas, "enquanto a empresa é forte e a economia é forte".

Novo focos

Entre modelos agora montados nas fábricas que podem fechar, estão inclusos Chevrolet Cruze, Cadillac CT6, Buick LaCrosse, além do híbrido Chevrolet Volt.

Além dos EUA, a atual geração do Cruze também é feita no México e na Argentina.

Em contrapartida, a GM disse que vai transferir mais investimentos para veículos elétricos e autônomos, além de ressaltar o recente investimento em picapes, crossovers e SUVs.

Além disso, Mary Barra promete dobrar os recursos para engenharia voltada a carros autônomos e elétricos a partir de 2020. O Volt já tinha perdido terreno para o Bolt, carro 100% elétrico menor e mais barato.

Trudeau 'desapontado'

Depois do anúncio sobre os cortes feitos pela GM, o presidente do Canadá, Justin Trudeau comentou a situação.

"Ontem, eu falei com Mary Barra para expressar meu profundo desapontamento com o fechamento", disse o presidente canadense, no Twitter, em referência à fábrica da montadora em Ontario.

"Os trabalhadores da GM foram partes do coração e alma de Oshawa por gerações - e nós vamos fazer tudo possível para ajudar as famílias afetadas", afirmou.

Ford

A Ford anunciou em abril último um plano de corte de custos de US$ 25,5 bilhões até 2022, ante US$ 14 bilhões previstos no plano anterior anunciado no ano passado. Para isso deverá desistir de modelos tradicionais de sedãs na América do Norte, como Fusion e Fiesta, cada vez mais impopulares entre os consumidores.

Respondendo à mudança na demanda dos consumidores em direção a utilitários esportivos (SUVs) e picapes, a Ford afirmou que planeja reduzir seu portfólio na América do Norte a apenas dois modelos: o esportivo Mustang e o crossover compacto Focus Active a partir de 2019.

Mas não anunciou demissões nem fechamento de fábricas (G1, 26/11/18)