27/10/2023

Gripe aviária traz temor ao Brasil; Europa e EUA já sentem seus efeitos

Gripe aviária traz temor ao Brasil; Europa e EUA já sentem seus efeitos

GRIPE AVIARIA-Getty Images via BBC.jpg

Grandes importadores, como a China, colocam restrições nas compras.


Enquanto os produtores brasileiros de frango olham assustados para o aumento dos casos de gripe aviária em animais silvestres e de fundo de quintal, União Europeia e Estados Unidos sofrem com a persistência da doença em suas granjas comerciais.

Os números divulgados pela Comunidade Europeia nesta quinta-feira (26) indicam a ocorrência de 868 focos da doença nos últimos 12 meses em 21 membros do bloco. Pelo menos 15 milhões de aves foram eliminadas, com França, Polônia e Alemanha liderando a ocorrência de casos.

As exportações do bloco estão em queda neste ano, e parceiros comerciais dos europeus têm colocado barreiras ao produto. Entre eles estão China, Filipinas, Marrocos e África do Sul.

 Outros colocam restrições, mas aceitam uma regionalização dos focos de doença, comprando carne de regiões não afetadas. Estão nessa lista Coreia do Sul, Japão e Arábia Saudita.

O impacto da doença nos Estados Unidos, líder mundial no setor, tem sido pequeno na produção, mas afeta as exportações. Nos últimos 12 meses, houve focos em 47 estados americanos, e a eliminação de aves desde o aparecimento da doença já supera 59 milhões de animais.

Americanos e europeus perderam participação na China, enquanto os brasileiros aumentaram em 33% as vendas até julho, segundo dados da União Europeia.

 Os europeus elevaram em 9% as importações de carne de frango até julho, os últimos dados disponíveis. O produto brasileiro, que está com queda de 18% nos preços neste mês, em relação a outubro de 2022, tem atraído mais os europeus.

O Brasil exportou 184 mil toneladas para a União Europeia nos sete primeiros meses, 7% a mais do que em 2022. A Ucrânia, que tem uma cota livre nas exportações, aumentou o volume das vendas em 86% neste ano para o bloco.

As exportações dos ucranianos somam 144 mil toneladas, 27% de toda a importação dos europeus. O Brasil tem 34% de participação (Folha, 27/10/23)