Importação russa de café brasileiro despenca com a guerra
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Um dos principais mercados de café para o Brasil, a Rússia despencou na lista dos importadores do produto brasileiro no mês passado. Normalmente os russos ficam com a 6ª posição, mas caíram para a 23ª em maio, em volume adquirido, devido à guerra.
Conforme dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), as compras da Rússia no Brasil se resumiram a 18,6 mil sacas, apenas 0,67% das exportações brasileiras do mês passado. As receitas recuaram para US$ 4,7 milhões (R$ 23 milhões).
Nos cinco primeiros meses, as importações russas caíram para 292,4 mil sacas, 43% a menos do que em igual período de 2021.
Se o setor teve participação menor da Rússia, viu crescer a da Colômbia, que assumiu a 5ª posição no ranking das exportações do Brasil. Em maio, foram 109 mil sacas, 3,9% das exportações brasileiras. Nos cinco primeiros meses deste ano, os colombianos compraram 552 mil sacas no país. A Colômbia é um dos principais produtores e exportadores de café do mundo.
Na avaliação do Cecafé, o mês passado foi um período com menos problemas na logística, embora eles persistam. Com isso, o setor conseguiu exportar o volume de maio e desovar parte do que estava represado.
As exportações de maio somaram 2,81 milhões de sacas, elevando o volume dos cinco primeiros meses para 16,6 milhões. No ano-safra, iniciado em julho de 2021, as vendas externas somam 36,3 milhões de sacas, 15% a menos do que no período anterior.
Apesar da queda no volume exportado, as receitas obtidas pelo Brasil atingem US$ 7,34 bilhões (R$ 35,9 bilhões), um aumento de 36% no período.
Os três principais mercados para o Brasil neste ano, em receitas, são Alemanha, Estados Unidos e Bélgica. Os alemães gastaram US$ 772 milhões (R$ 3,78 bilhões) neste ano com café no Brasil, um pouco acima dos US$ 748 milhões (R$ 3,66 bilhões) dos norte-americanos e dos US$ 398 milhões (R$ 1,95 bilhão) dos belgas (Folha de S.Paulo, 10/6/22)