29/04/2020

Juntas,peste suína africana e Covid-19 dificultam retomada da suinocultura

Juntas,peste suína africana e Covid-19 dificultam retomada da suinocultura

Legenda: Criação de porcos em na província de Henan, na China - Jason Lee - 13.jan.2020 /REUTERS

 

Estudo de banco aponta que recuperação mundial do setor deverá ser mais lenta do que o esperado; Brasil mantém exportações.

peste suína africana está um pouco esquecida durante a pandemia mundial provocada pelo coronavírus. A peste, no entanto, continua sendo um fator de preocupação para os países afetados.

A Covid-19, com origem na China, está retardando a retomada da suinocultura prevista para este ano.

Os efeitos da queda de demanda no curto prazo e da redução no processamento dessa proteína inibem uma evolução maior da reprodução nas granjas.

A demanda sofreu um choque, principalmente devido à quarentena e à redução de atividades do setor de alimentação fora de casa no mundo todo.

Já a industrialização do produto está sendo afetada pela falta de mão de obra nos frigoríficos, provocada pelo avanço do vírus em grandes produtores, como nos Estados Unidos.

retração da economia, com forte queda do PIB (Produto Interno Bruto) em países importantes para a economia mundial, inibirá ainda mais o crescimento do setor, gerando um cenário desafiador para este ano. É o que aponta estudo do Rabobank, banco especializado em agronegócio.

O Brasil começa a apresentar sinais de queda no consumo interno, mas as exportações, apesar da Covid-19, aumentaram 33% no primeiro trimestre. As vendas externas devem continuar.

O Brasil é favorecido pela falta de carne suína na Ásia e pela intensa queda do real em relação ao dólar, o que torna o produto brasileiro mais competitivo no mercado internacional.

A China continua sendo o principal mercado para os produtores brasileiros, que sofrem, porém, com a elevação de custos de produção nos meses recentes.

O país asiático, devido à persistência da peste suína em algumas de suas regiões, tem uma recuperação lenta do rebanho. O mesmo ocorrendo com a demanda interna. Os preços, contudo, continuam elevados, segundo o banco.

 

A produção chinesa deverá recuar de 15% a 20%, enquanto as importações ficarão entre 3,5 milhões e 4 milhões de toneladas neste ano. Os dados de janeiro e fevereiro já indicam para esses números, segundo o Rabobank.

Na Europa, a intensificação do coronavírus e da peste suína traz instabilidade aos preços. A preocupação continua com a ocorrência de novos casos na Polônia, à porta da Alemanha, um importante produtor no continente.

Já nos Estados Unidos, onde há fechamento ou a redução de atividades nos frigoríficos, devido ao aumento de trabalhadores afetados pelo vírus, as preocupações são ainda maiores.

A queda no fornecimento de produtos para as redes de alimentação fora de casa provoca intensas reduções de preços no mercado e deixa um número recorde de suínos nas granjas americanas.

A cadeia da suinocultura americana é afetada ainda pela desvalorização da moeda do México, o que prejudica as exportações para este país. As exportações americanas, no entanto, crescem, principalmente para a China (Folha de S.Paulo, 29/4/20)