Líder ruralista quer retratação do presidente do INEP

ASSOCIAÇÃO RURAL DE RIBEIRÃO PRETO E SINDICATO RURAL DE RIBEIRÃO PRETO.jpg

Em ofício encaminhado ontem (6) a Manuel Palacios da Cunha e Melo, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP, que coordena o Enem, o advogado, empresário do agronegócio e presidente da Associação e Sindicato de Ribeirão Preto, Paulo Junqueira pede que ele “se posicione, se fundamente e, se possível, se retrate sobre todas as inverdades ditas sobre o agronegócio na prova do Enem promovida no último domingo.

O ofício, na sua íntegra, é este:

“OF.056/2023 Ribeirão Preto/SP, 06 de novembro de 2023

Ao Senhor,

Manuel Palacios da Cunha e Melo Presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP

Endereço: Edifício INEP- Setor de Rádio e TV Sul, 701, quadra 3, bloco M

E-mail: presidência.agenda@inep.gov.br Telefone: (61) 2022-3605

CEP- 70340-909, Brasília-DF

Assunto: QUESTÃO ENEM 2023.

O Sindicato Rural de Ribeirão Preto, entidade que representa e luta pelos interesses do Agro Paulista, localizado em Ribeirão Preto, interior do estado de São Paulo, vem por meio deste, requerer esclarecimentos referente a questão 89 aplicada no ENEM2023.

Sr. Presidente, a questão em si, traz em seu enunciado:

“No Cerrado, o conhecimento local está sendo cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio. De um lado, o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos, como mecanismo de universalização de práticas agrícolas e de novas tecnologias e de outro, o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica do mercado.

Assim, as águas, as sementes, os minerais, as terras (bens comuns) tornam-se propriedade privada. Além do mais, há outros fatores negativos, como a mecanização pesada, a “pragatização”, dos seres humanos e não humanos, a violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa.”

É inacreditável como o agro brasileiro vem sendo alvo de críticas e tratado como vilão por parte das pessoas que estão a frente da educação nacional, que, por meio de falsas ideologias, vêm tentando “demonizar o agronegócio brasileiro” com o intuito de apresentar aos jovens estudantes uma imagem que não condiz com a realidade do setor.

O Agro merece respeito e, diferentemente do que vem sendo apresentado nas escolas e recentemente em um exame nacional, hoje, o setor emprega milhões de pais de famílias, gira a economia, gera riqueza, produz em alta escala e o mais importante, PRESERVA O MEIO AMBIENTE.

A ignorância e a falta de conhecimento dos ideologistas de esquerda – que estão frente a educação nacional – é tanta, que em um trecho da questão cita o Cerrado como uma região que vem sendo “destruída” pelo agronegócio, situação muito contrária com a atual, onde produtores e técnicos que atuam na região vêm trabalhando para tornar as terras improdutivas em produtivas, melhorando as condições do solo, rotacionando cultura, aprendendo a manejar pasto e levando oportunidade para região, sempre produzindo e preservando.

Estamos cansados e exigimos respeito, pois é inadmissível e lamentável que pessoas infelizes usem conceitos negativos e ultrapassados, como este que fora aplicado no ENEM2023, para macular a imagem do setor. Não se pode mais admitir que situações como esta aconteçam novamente.

Sendo assim, Sr. Presidente, nós, enquanto entidade que representa o Agro e os produtores rurais, solicitamos que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais se posicione, se fundamente e, se possível, se retrate sobre todas as inverdades ditas sobre o agronegócio na questão 89 do ENEM2023.

Atenciosamente,

PAULO MAXIMIANO JUNQUEIRA NETO PRESIDENTE”

NOTA OFICIAL - ENEM 2023