08/08/2019

Lula fica na PF em Curitiba ao menos até julgamento de recurso pelo STF

Lula fica na PF em Curitiba ao menos até julgamento de recurso pelo STF

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) cassaram no fim da tarde desta quarta-feira decisão judicial de transferir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba para um estabelecimento prisional em São Paulo até que a corte julgue outro recurso que pede a liberdade do petista —preso desde abril do ano passado.

A decisão do STF, tomada por 10 votos a 1, atendeu a pedido da defesa do ex-presidente, contrária à determinação da juíza Carolina Moura Lebbos que atendeu a pedido da PF de Curitiba para transferir Lula para São Paulo.

Na esteira da decisão de Lebbos, o juiz paulista Paulo Eduardo de Almeida Sorci havia determinado que Lula, que está preso pela condenação no caso do tríplex do Guarujá (SP), cumprisse o restante da pena no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo.

O impasse sobre a transferência de Lula teve forte repercussão em Brasília, movimentando ao menos dois Poderes. Envolveu o Supremo, que colocou o caso de última hora para a apreciação do plenário da corte, e ainda atrasou a conclusão da votação dos destaques do segundo turno da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados.

Primeiramente, a defesa do petista recorreu ao ministro do Supremo Gilmar Mendes —que está desde o fim do semestre passado com um voto-vista sobre um pedido de liberdade do ex-presidente.

No meio da tarde, Mendes deu um despacho repassando ao presidente do Supremo, Dias Toffoli, a competência para decidir quem iria apreciar o pedido da defesa do ex-presidente que buscava um de três caminhos: a liberdade de Lula até o julgamento da suspeição do ex-juiz da Lava Jato e ministro da Justiça, Sergio Moro; a suspensão da transferência; ou ao menos a determinação que o restante da prisão fosse cumprida em sala de Estado-Maior, e não em um presídio comum.

Na volta do intervalo da sessão do plenário do Supremo, Toffoli, então, anunciou que o pedido da defesa do petista iria ser relatado por Edson Fachin, que é o relator original do recurso sobre a liberdade de Lula. O caso então foi apreciado por todo o plenário e prevaleceu o voto de Fachin de manter o ex-presidente detido na PF de Curitiba até que a Segunda Turma do Supremo decida julgar os pedidos de suspeição de Moro.

Dos 11 ministros, somente Marco Aurélio Mello foi contra o Supremo analisar o pedido, alegando que a competência seria do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) (Reuters, 7/8/19)