04/07/2018

Mesmo fora da jogada, Lula vai chutar o dólar por cima da arquibancada

Mesmo fora da jogada, Lula vai chutar o dólar por cima da arquibancada

BTG, XP, Itaú, SPX, UBS, Credit Suisse... A grande maioria do mercado financeiro está apostando que a partir de 15 de agosto, quando finda o prazo para homologação das candidaturas à Presidência no TSE, o cenário será de stress elevado. A expectativa majoritária é que Lula seja confirmado como inelegível e, então, indique seu substituto com a “faca entre os dentes”.

 

Ou seja: empurre para cima do seu escolhido um discurso anti-mercado do tamanho do seu incômodo. O grau de tensão dependerá de quem for o candidato de Lula. Por exemplo: se for Fernando Haddad, estaria de bom tamanho um dólar entre R$ 3,80 e R$ 4,50 no período que vai até as eleições; se for Ciro Gomes, que já encarna o discurso anti-mercado, o dólar pode ir até R$ 5,50.

 

Segundo estimativas do fundador da gestora SPX, Rodrigo Xavier, em conferência no BTG, o dólar circulará na faixa de R$ 4,90 a R$ 5,30. As projeções de Xavier são puxadas e estão longe de serem sancionadas pelas instituições que participam do Focus. No boletim de 25 de junho, a mediana do dólar em 2018 subiu um tiquinho, de R$ 3,63 para R$ 3,65.

 

O RR ouviu traders e analistas de cinco empresas que participam do Focus. Todas as previsões em off the records são superiores ao valor do boletim. Ou seja: segundo a mediana do dólar no Focus, o futuro presidente será Henrique Meirelles, Álvaro Dias, Geraldo Alckmin, Marina Silva ou alguém que ainda não se apresentou. Por enquanto, os nomes pró-mercado são tão improváveis quanto um dólar a R$ 3,65.

 

A corrida das instituições do mercado por pesquisas de intenção de voto deverá crescer ainda mais depois da última sondagem do CNI/ Ibope, de 24 de junho. O levantamento contrariou as expectativas de diversas instituições, que apostavam na queda do ativo eleitoral do ex-presidente. A resiliência de Lula continua absoluta. O ex-presidente ainda aumentou um pouquinho o seu quinhão, para 33%.

 

E cresceu expressivamente em São Paulo, berço de origem do PT que sempre recusou a apoiar o filho bastardo. Se as pesquisas acusarem o aumento da capacidade de transferência de votos de Lula, não haverá jeito, o mercado externará o descontrole que já digere internamente. E aí não há porque duvidar de um dólar superior a R$ 4,5, no barato, e uma Selic, de lambuja, entre 7% e 7,5% (Relatório Reervado, 3/7/18)