22/01/2025

MG planta mais café conilon, e ES aumenta área de arábica

MG planta mais café conilon, e ES aumenta área de arábica

café conilon e arábica  Foto Reprodução – Blog Sítio Pema

 

Minas Gerais, tradicional produtora de café arábica, amplia área do produto do tipo conilon. Já o Espírito Santo, tradicional produtor de café conilon, aumenta a área de café arábica. É o que mostra a Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) nesta terça-feira (21). Segundo o órgão do governo, os mineiros tinham 47% a mais de área de café conilon em formação no ano passado.

 

Os capixabas aumentaram as apostas no arábica e ampliaram a área em formação para 17,3 mil hectares, 20% a mais do que no ano anterior. Ao todo, o país tinha 354 mil hectares de áreas de café em formação em 2023 e 1,9 milhão em fase produtiva.

 

Mato Grosso elevou o plantio, mas Goiás diminuiu. Em Minas Gerais, a área de canéfora (conilon ou robusta) em formação ainda é restrita, somando 1.542 hectares.

 

Em um novo prognóstico de safra, a Conab estimou em 54,2 milhões de sacas a produção de café em 2024, uma queda de 2% sobre a do ano imediatamente anterior. A produção de arábica subiu 2%, para 39,6 milhões de sacas, e a de conilon recuou para 14,6 milhões de sacas, 10% a menos.

 

Com pouco crescimento na oferta de café arábica e queda na de conilon, o Brasil ajudou a influenciar fortemente os preços internacionais. A queda no Brasil se somou à do Vietnã, principal produtor de conilon no mundo.

 

Foi um ano de bolso cheio para os produtores que ainda tinham produto para comercializar. A saca de café arábica, que está sendo negociada a R$ 2.275 neste mês, fechou dezembro com média de R$ 2.155, uma evolução de 44% sobre os valores de 2023.

 

A menor oferta mundial de conilon fez com que os preços dessa bebida superassem os do café arábica em setembro, um fato raro no mercado, conforme o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

 

O VBP (Valor Bruto de Produção) do café deverá atingir R$ 108 bilhões neste ano, com crescimento de 104% em dois anos. O valor representa as receitas recebidas pelos produtores dentro da porteira. É o resultado do volume comercializado e do valor recebido por saca.

 

Bom para o produtor, mas nem tanto para o consumidor brasileiro, que teve de pagar 43% a mais pelo café em 2024, segundo pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

 

Os números da OIC (Organização Internacional do Café) não apontam alívio para o mercado. A safra 2023/24, que tem produção de 178 milhões de sacas, mostra um superávit de 1 milhão em relação ao consumo, mas o déficit acumulado nos últimos cinco anos é de 14 milhões de sacas.

 

Mesmo com uma redução na produção, o Brasil exportou o correspondente a 50,4 milhões de sacas de café, obtendo receitas de US$ 12,5 bilhões, segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

 

Só os Estados Unidos levaram 8,1 milhões de sacas, seguidos da Alemanha, que ficou 7,6 milhões (Folha, 22/1/25)