24/01/2020

Ministra defende parceria entre Brasil e Índia na produção de etanol

Ministra defende parceria entre Brasil e Índia na produção de etanol

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) participou nesta quinta-feira (22), em Nova Déli (Índia), do Seminário sobre Oportunidades em Energia e Mineração. No evento, a ministra defendeu que a Índia, em parceria com o Brasil, amplie a produção e uso de etanol.

A partir desta sexta-feira (24), a ministra integrará a delegação do presidente Jair Bolsonaro no país. Está prevista, no sábado (25), a assinatura de até 12 acordos comerciais. Um deles deve contemplar o setor de etanol.

Tereza Cristina destacou que Brasil e Índia são responsáveis por aproximadamente 55% da produção mundial de cana-de-açúcar e 35% da produção global de açúcar. No caso do etanol, o Brasil fabrica mais de 30 bilhões de litros, o segundo maior produtor do mundo, enquanto que a produção indiana foi de apenas 1,5 bilhão de litros em 2018.

“Nesse contexto, existe um enorme potencial de cooperação entre nossas nações. Um aumento na produção de etanol na Índia traria, além dos benefícios socioeconômicos já observados, grandes ganhos ambientais”, disse.

Segundo a ministra, o aumento da fabricação de etanol pela Índia ajudará na regulação do preço do açúcar no mercado mundial, que está em queda.

“A possibilidade de cooperação com a Índia servirá para apoiar a criação do mercado mundial de etanol. Do ponto de vista da Índia, podemos mencionar a redução da poluição nas grandes cidades, maior suprimento de energia renovável e a redução da dependência das importações de petróleo”.

Participaram do encontro o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque; o embaixador do Brasil na Índia, André Aranha Correa do Lago; e o ministro de Estado da Índia, R. K Singh.

Segurança alimentar

Tereza Cristina esteve também no encerramento do Encontro Empresarial sobre Complementariedade e Parceria em Segurança Alimentar, que reuniu representantes do Fórum dos Importadores de Alimentos da Índia e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Estimativas das Nações Unidas apontam que a Índia deve se tornar o país mais populoso do mundo até 2030, ultrapassando a China. Diante desta projeção, a ministra destacou que o Brasil tem condições de ser o principal fornecedor de proteína animal para os indianos.

Em 2019, foi registrado o primeiro embarque de frango brasileiro para o país asiático. No total, 33 toneladas da carne foram exportadas para a Índia no ano passado. Esse mercado, conforme a ministra, deve crescer a uma taxa média de 7% ao ano, porém o aumento das exportações brasileiras depende da redução das taxas de importação.

"Para que nossa parceria estratégica em carne de frango possa se firmar, é fundamental a redução das tarifas de importação. No caso do frango inteiro congelado, o percentual aplicado pela Índia às importações de produto brasileiro é de 30%, enquanto para os cortes congelados a tarifa atinge o patamar de 100%. Em relação à carne suína, o mercado indiano foi recentemente aberto, ainda que não se tenha efetivado qualquer venda até o presente momento, muito em função da tarifa de importação de 30%. Vale ressaltar que, para ambas as proteínas, o complexo sistema de emissão de licenças de importação ainda torna o processo demasiado moroso e custoso", afirmou. 

Tereza Cristina reuniu-se hoje ainda com os ministros da Agricultura e Bem-Estar dos Agricultores, Narendra Singh Tomar, e de Abastecimento, Alimentos e Distribuição Pública, Ram Vilas Paswan (Assessoria de Comunicação, 23/1/20)


Bolsonaro afirma que é interesse do Brasil que Índia use cada vez mais etanol 

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que "há interesse, por parte do Brasil, que a Índia cada vez mais use etanol no seu combustível". A declaração está em vídeo publicado na conta do Facebook do presidente, em substituição às lives realizadas todas as quintas-feiras na rede social. A live não ocorreu justamente porque o presidente está em viagem. Ele deve passar por Angola e Quênia antes de chegar à Índia.

Segundo Bolsonaro, a composição do combustível vendido na Índia inclui somente 7% de etanol, ao contrário dos 27% no Brasil. "Se usarem mais (etanol) é vantajoso. A origem, a matéria-prima do etanol e do açúcar é a mesma. Se usarem mais etanol, logicamente vão produzir menos açúcar e haverá um equilíbrio do preço dessa commodity no mercado", afirmou (Broadcast, 23/1/20)

 


Brasil e Índia devem se unir para tornar etanol uma commodity global, diz ministro

 

Brasil e Índia, os dois maiores produtores de cana-de-açúcar no mundo, devem se unir para globalizar o etanol, de acordo com o ministro de Minas e Energia brasileiro, Bento Albuquerque (Foto). Durante apresentação em Nova Délhi com presença do ministro de Energia e Recursos Novos e Renováveis da Índia, Raj Kumar Singh, Albuquerque afirmou, de acordo com comunicado do MME: "O Brasil é o maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar; a Índia possui a maior indústria de açúcar do mundo. Proponho que unamos nossos esforços para tornar o etanol uma commodity global”.

Ele destacou que o Brasil tem grandes oportunidades para investidores, inclusive nos setores de petróleo e gás - os investimentos projetados para os setores nos próximos 30 anos chegam a R$ 1 trilhão.

Albuquerque estimou, ainda, que a demanda brasileira por energia cresça 3,8% ao ano até 2029, e disse que o desafio do País é unir a segurança energética ao desenvolvimento sustentável - a meta é que energias renováveis representem 48% do total do País até 2029.

Além do etanol, o ministro citou uma série de outras matrizes energéticas para diversificar as fontes do país, como eólica e nuclear - essa última teria passado a ser prioridade no governo atual em decorrência das amplas reservas de urânio do País e das baixas emissões. "O futuro é diversificação", disse ele (Broadcast, 23/1/20)