14/12/2020

Morre Angelo Bressan Filho, ex-diretor de Agroenergia do Mapa

Morre Angelo Bressan Filho, ex-diretor de Agroenergia do Mapa

Morreu, em Brasília, o economista Angelo Bressan Filho, ex-diretor do Departamento de Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), diretor superintendente do Cibrius – Instituto Conab de Seguridade Social e servidor aposentado da Conab. Na última quinta-feira 10, ele sofreu um choque elétrico em sua chácara.

Amigo e colega de Bressan por longos anos, o jornalista Tito Mattos – também servidor aposentado da Conab e ex-coordenador da assessoria de imprensa do Mapa – lamentou a morte:

“VISTO LUTO POR BRESSAN

“Ao receber a triste notícia da morte do amigo Angelo Bressan, fomos tomados de uma profunda tristeza. Nós nos conhecemos na antiga CFP, lá na década de 1970. A partir de então, nossa amizade só cresceu. Fomos sempre amigos. A nossa admiração por ele é indelével. Convenhamos que a vida nos apronta cada uma. Será por quê. Como entender a finitude da vida. Difícil, por mais que busquemos compreender este mistério. Bressan foi um funcionário dedicado, criativo, competente. Foi um colecionador de amigos, aos quais distribuía de forma igual o privilégio de sua atenção. Fomos privilegiados por ter a sua amizade e consideração. Trocávamos mensagens por meio do WhatsApp. Em todos nós fica o sentimento de que Deus estava precisando de um assessoramento, de excelente analista de agroenergia lá no céu e decidiu chamar o nosso amigo, mesmo sabendo que ia deixar todos nós pesarosos. Vale lembrar aqui que foi ele que coordenou, na antiga CFP, os Povocs, um dos programas exitosos da empresa. No Ministério da Agricultura, era referência na área de agroenergia. Era sempre convidado para palestrar sobre o tema. Foi uma fonte confiável para os repórteres que cobriam o setor do agronegócio. Ultimamente, a gente o visitava no Cibrius. Como sempre, Bressan nos recebia com toda peculiar presteza e cortesia. Dizer agora adeus ao Bresssn é um ato doloroso. Infelizmente, este momento chegou. Seja feita a vontade do Senhor. Amigo Bressan, descanse em paz e que Deus seja o Guardião de sua alma e aqui dê conforto espiritual aos seus familiares. Eternas saudades.

Tito Matos” (AGROemDIA, 12/12/20)

 

Nota do Editor

Ângelo Bressan Filho foi, sem dúvida alguma, o maior defensor da cadeia produtiva sucroenergértica junto ao governo federal, notadamente quando Lula, no seu segundo mandato e Dilma tudo fizeram para quebrar o setor que era vitrine no cenário global das energias limpas e renováveis. O melhor momento dele no Ministério da Agricultura foi durante o mandato do ministro Roberto Rodrigues.

Ele brigava com colegas de outros ministérios, principalmente os da Fazenda e de Minas e Energia e, pelos seus inquestionáveis e sólidos conhecimentos do setor, conseguiu evitar que o mesmo fosse alvo das ações que o derrubaram quando já não era mais diretor do Ministério da Agricultura e retornou às suas atividades na Conab.

A maior parte das ações de defesa do setor não contava com o apoio dos usineiros e da entidade que os representava. Isto, porque, os industriais não tinham nem a capacidade e muito menos o interesse de enxergar e atuar em defesa da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, que incluía os fornecedores de cana, a indústria de base e os trabalhadores.

O afastamento de Bressan do Ministério da Agricultura abriu um vácuo que nunca mais foi preenchido. O conceito de “cadeia produtiva”  se esvaeceu, mais de uma centena de usinas foram fechadas, os fornecedores de cana perderam renda e muitos saíram da atividade, a indústria de base virou pó e hoje não tem mais representatividade alguma e os trabalhadores se dispersaram. Cenário contra o qual Ângelo Bressan Filho lutou com toda a sua energia durante sua vida.

Que ele tenha o descanso merecido dos bons e éticos guerreiros!

Ronaldo Knack

Diretor e Editor do BrasilAgro