MST pressiona Lula por mudanças: ministro diz que soluções só “na pressão”
Paulo Teixeira e Incra. Foto Divulgação - MST e Antonio Cruz Agência Brasil
Por Mônica Bergamo
Movimento afirma que promessas não foram cumpridas, e Paulo Teixeira diz que papel do movimento é reclamar e o dele, o de entregar.
O MST está insatisfeito com o governo Lula. Lideranças do movimento afirmam que se reuniram com o presidente em agosto na Granja do Torto, em Brasília, e que apresentaram três demandas que consideram emergenciais. Nenhuma delas até agora teria sido atendida.
O MST pediu a Lula a apresentação, até dezembro, de um plano com metas para o assentamento de 70 mil famílias acampadas, junto com garantia de orçamento para obtenção de terras; o pagamento de um passivo de R$ 400 milhões do Programa de Aquisição de Alimentos para a agricultura familiar; e a garantia de R$ 2 bilhões no orçamento de 2025 para novas compras por meio do mesmo programa.
Eles afirmam que Lula se comprometeu com as metas, e que orientou Teixeira a tocar os pleitos adiante. Mas até agora, dizem, nada saiu do papel.
Lideranças do movimento já pediram novo encontro, e esperam se reunir com Lula até o fim do ano. Eles cogitam até pedir a troca de todo o comando do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura familiar, incluindo a do ministro Paulo Teixeira e a do presidente do Incra, César Aldrighi.
Paulo Teixeira afirma que "eles estão certos em reclamar, é o papel deles. E o meu é entregar [realizações]". "Dom Angélico Sândalo Bernardino já dizia que política é como feijão, só cozinha na pressão", segue o ministro.
TODA FORÇA
Teixeira afirma que, no entanto, a reforma agrária parou nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. "E agora nós voltamos, e voltamos fortes."
O ministro diz que só neste ano serão adquiridos R$ 500 milhões em terras para reforma agrária. Outros R$ 700 milhões serão adjudicados de grandes devedores, e o Banco do Brasil ainda cederá mais o equivalente a R$ 500 milhões em áreas.
"Estão sendo ainda abertos R$ 1 bilhão em créditos e mais R$ 500 milhões vindos do Pronaf A [linha de financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura]", diz.
O ministro cita ainda o lançamento do Desenrola Campo, um programa de renegociação que prevê o perdão de até 90% dos débitos de agricultores familiares Folha, 9/11/24)