Nuvem de gafanhotos pode chegar amanhã ao Rio Grande do Sul
Legenda: Foto: Reprodução/ONU
A nuvem de gafanhotos que está na província de Corrientes, Argentina, pode chegar na próxima quarta-feira (22) ao Rio Grande do Sul, segundo técnicos da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Estado. O movimento migratório dos insetos foi impulsionado pela onda de calor que atingiu a região no último fim de semana. Até a manhã desta segunda-feira, estima-se que a nuvem esteja entre 120 km e 130 km da fronteira brasileira - do município gaúcho de Barra do Quaraí.
O tempo quente e seco, favorável para a movimentação dos insetos, deve permanecer na região até a próxima quinta-feira. Em comunicado, a Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul informa que aumentou a vigilância sobre a possível entrada da nuvem no Estado. "Com essa condição climática, precisamos estar preparados", afirmou o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da pasta, Ricardo Felicetti. Ele também disse que a secretaria está apreensiva, mas preparada para o caso de uma eventual ocorrência da praga no Estado com um plano operacional de emergência. A eventual chegada dos insetos poderia afetar a área destinada às culturas de inverno e à pastagem.
O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) informa que a nuvem de gafanhotos ainda restante no país permanece na província de Corrientes. Apesar da menor velocidade de movimentação, o Senasa não afasta a possibilidade de um novo deslocamento dos insetos, em virtude do aumento da temperatura na região desde ontem. Em um possível novo voo, os insetos poderiam se deslocar para a província de Entre Ríos - fronteira com o Brasil.
Conforme o levantamento do Senasa, a área ocupada pelos gafanhotos abrange um perímetro de 2,7 quilômetros em 36 hectares. Estima-se que a nuvem tenha 400 milhões de insetos. Em seu comunicado mais recente, publicado no sábado (18), o Departamento relatou que técnicos do governo argentino realizaram uma nova aplicação de inseticidas sobre a nuvem.
Produtores gaúchos monitoram também o deslocamento de outra nuvem de insetos no Paraguai. A nuvem está no Norte do país, cerca de 300 km distantes da Argentina, segundo o Senasa. Os técnicos do Serviço Nacional de Saúde e Segurança Vegetal do Paraguai (Senave) tentam localizar os insetos para aplicação de produtos químicos (Broadcast, 20/7/20)
Nuvem de gafanhotos não se desloca em direção ao Brasil, diz Ministério
Legenda: Técnico do governo argentino observa gafanhotos em árvore localizada em Esquina, na província de Corrientes — Foto: Senasa/Divulgação
Nota veio após a Secretaria da Agricultura do RS afirmar que nuvem se aproxima da fronteira brasileira e que aumento da temperatura pode facilitar entrada. Segundo ministério, clima não é único fator que determina chegada de insetos.
O Ministério da Agricultura informou na noite desta segunda-feira (20) que a nuvem de gafanhotos que está na Argentina não está se deslocando em direção ao Brasil.
A nota do ministério veio após a Secretaria Estadual da Agricultura do Rio Grande do Sul (SEAPDR) informar, nesta segunda, que a nuvem se aproxima da fronteira brasileira. Segundo o órgão estadual, os insetos estão a 112 km da cidade de Barra do Quaraí, na Fronteira Oeste do estado.
Segundo a secretaria do RS, as temperaturas acima de 25ºC favorecem a aproximação dos gafanhotos. Porém, o ministério afirma que o clima "é um fator que não pode ser considerado de forma isolada".
"Até o momento, seguem mantidas as previsões de que os insetos continuarão se movimentando rumo ao sul, sem previsão de ocorrência de um conjunto de alterações climáticas que favoreça sua entrada no Brasil", afirma.
A nota do ministério diz ainda que, segundo o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa), a nuvem se deslocou da província de Corrientes para Entre Rios, na Argentina, e está a 100 km da fronteira com o Uruguai.
E que, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os ventos na região se manterão na direção Norte -Sul nos próximos dias, indicando uma provável direção da nuvem ao Uruguai (G1, 20/7/20)