Onda de calor extremo no Brasil impulsiona rali do café robusta
Lavoura de café robusta em Cacoal -Arquivo pessoal Enrique Alves
Lavoura de café robusta em Cacoal (RO), estado que tem ampliado a produção graças à tecnologia - Arquivo pessoal Enrique Alves
Risco de escassez do produto também sobre em função de seca no Vietnã, o segundo maior produtor.
Os futuros de café robusta em Londres são negociados em forte alta diante do calor extremo no Brasil e a seca no Vietnã.
O robusta saltou até 2,9% nesta segunda-feira, para US$ 2.491 a tonelada, depois de subir 2,1% na semana passada.
O calor excessivo no Brasil atinge tanto as áreas de arábica quanto as regiões que produzem a variedade robusta, também conhecida como conilon. É uma ameaça à próxima safra porque as altas temperaturas podem murchar as folhas dos pés de café e prejudicar o desenvolvimento dos frutos.
Temperaturas próximas de 40ºC são esperadas para a maioria das regiões produtoras do Brasil nesta semana, disse a meteorologista Nadiara Pereira, da Climatempo, em relatório.
Os problemas climáticos são uma preocupação sobretudo para o robusta, a variedade usada para café solúvel, porque se soma a uma oferta já restrita do Vietnã, maior produtor depois do Brasil. O país enfrenta uma seca relacionada ao El Niño.
No caso do café arábica, embora a maioria dos analistas espere que o Brasil aumente produção no próximo ano, após chuvas favoráveis, o calor acima da média gera preocupação, disse Marcelo Moreira, da Archer Consulting.
Os futuros de arábica subiram até 1,5% em Nova York e já saltaram mais de 15% em um mês, impulsionados sobretudo por investidores que cobrem posições vendidas. O declínio dos estoques da bolsa e o vencimento de opções na última sexta-feira alimentaram a volatilidade (Folha, 14/11/23)