04/01/2022

Pecuaristas do Brasil estão fechando suas contas no Bradesco

Pecuaristas do Brasil estão fechando suas contas no Bradesco

CARBONO NEUTRO - CAMPANHA BRADESCO

Os pecuaristas do Brasil estão em campanha pelo  fechamento de suas contas no Banco Bradesco. A peleja começou após a divulgação de propaganda veiculada nas redes sociais em nome do Banco Bradesco com o título: “CARBONO NEUTRO”. Assista ao vídeo em https://www.youtube.com/watch?v=92_BQFuUuIg.

 As imagens que desencadearam a reação negativa mostraram três influenciadoras digitais defendendo a redução do consumo de carne. O trio deu dicas sobre como fazer isso, incluindo aderir à “Segunda-feira sem Carne”. 

“Que tal escolher pratos vegetarianos?” Sugeriu uma mulher que apareceu na publicidade. “Criar gado vai causar emissões de gases de efeito estufa”, disse outra participante, no vídeo.

A mensagem surpreendeu e decepcionou o setor que sempre teve o Bradesco como uma instituição financeira parceira do produtor rural brasileiro. Com isso diversas instituições representativas e produtores emitiram notas de repúdio à campanha publicitária do Bradesco.   

Em nota de repúdio o Sindicato Rural de São Gabriel do Oeste, entidade ligada ao Sistema da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), destaca que o vídeo institucional, trouxe uma abordagem em relação ao sistema de produção da carne brasileira de forma leviana e irresponsável. O que poderá trazer prejuízos imensuráveis à cadeia produtiva da pecuária nacional.

E exigiu um posicionamento oficial da Instituição Financeira para prestar os devidos esclarecimentos. Pois já existem pesquisas científicas realizadas por Instituições e Entidades de renome nacional e com alta credibilidade, tais como a EMBRAPA, provando que dentro do sistema de produção da carne brasileira, predominante a pasto, o capim sequestra muito mais carbono do que o boi emite, deixando assim um saldo positivo para o meio ambiente e contribuindo assim para melhorias na qualidade de vida do ser humano.

O Sindicato continuo a nota apontando que a atividade Pecuária juntamente com a Agricultura e outros segmentos do AGRO, além de alimentar milhões de pessoas no Brasil e no mundo, vem sustentando a balança comercial brasileira às custas de muita dedicação e esforço do PRODUTOR, os quais pagam os juros mais altos do mundo para produzir alimento, à Instituições financeiras como o Banco Bradesco.

A Entidade perguntou: se o segmento da PECUÁRIA é tão prejudicial ao meio ambiente, porque o Banco Bradesco, com as suas linhas de crédito financia essa atividade? É HIPOCRISIA E GANÂNCIA?

Além do Sindicato Rural de São Gabriel do Oeste a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins – FAET, através de seu presidente Paulo Carneiro e diretoria, representante do setor produtivo rural tocantinense, manifestou em nota de Repúdio neste dia 24.

NOTA DE REPÚDIO

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins – FAET, legítima representante do setor produtivo rural tocantinense, vem a público manifestar o seu repúdio ao comercial do banco Bradesco que associa a pecuária brasileira à destruição da camada de ozônio, incitando o público a reduzir ou deixar de consumir carne como forma de proteger o meio ambiente.

A mensagem surpreende e decepciona porque o Bradesco é uma instituição financeira que sempre esteve ao lado do produtor rural brasileiro, sendo parceiro em diversas iniciativas que estimulam a produção agropecuária em todo o país. E da mesma forma, é sabedor de que esse discurso pseudo ambiental já foi devidamente rechaçado e desmascarado por especialistas no mundo todo, por não apresentar base que o sustente.

O comercial do Bradesco agride quem trabalha e produz no campo e também contraria o comportamento de seus gestores e funcionários que costumam dispensar outro nível de atenção e consideração ao produtor rural.

A pecuária e o setor produtivo rural do Tocantins e do Brasil se sentem indignados com a postura contraditória do Bradesco e exige uma retratação pública da instituição que reconheça o setor pela sua relevância estratégica de produtor de alimentos para o mundo e por trabalhar com práticas sustentáveis, sempre em busca de mais produtividade com os menores impactos ambientais possíveis, porque o produtor rural do Tocantins e do Brasil sabe que está na terra e na natureza a base de tudo que ele faz.

Exigimos respeito! Retratação já!

PAULO CARNEIRO

Presidente da FAET

Após reação do setor produtivo, segundo informações divulgadas na Revista Oeste, pelo jornalista Cristyan Costa. 

O Bradesco informou nesta sexta-feira, 24, que mandou tirar do ar um vídeo de sua campanha em favor do “carbono neutro” que irritou pecuaristas. Nas imagens, três influenciadoras digitais pregam a redução do consumo de carne.

Depois da repercussão negativa, a instituição financeira comunicou que “está tomando medidas severas” sobre o caso. Em carta aberta ao agronegócio, o banco salientou que acredita no potencial do agro.

“Tal opção é baseada em sua crença indelével nesse segmento enquanto vetor de desenvolvimento social e econômico do país”, ressaltou o Bradesco, ao mencionar que investe no agronegócio desde sua fundação.

Imagens compartilhadas em grupos de produtores:

(Domínio Rural, 27/12/21)


Pecuaristas fazem churrasco em agências do Bradesco em protesto após vídeo contra carne

Fotos Portal RD News

Depois de repercussão negativa, banco tirou das redes material com dicas para consumidor tomar atitudes sustentáveis.

Pecuaristas de ao menos cinco estados fazem na manhã desta segunda-feira (3) churrascos nas portas de agências do Bradesco, em protesto contra um vídeo em que influenciadoras recomendaram um dia sem carne e associam a prática a um aplicativo do banco que calcula pegadas de carbono.

O material circulou nas redes sociais há duas semanas e o Bradesco informou que tirou o vídeo do ar no último dia 23. Nele, três influenciadoras dão dicas de como o consumidor pode ter hábitos mais sustentáveis e reduzir sua pegada de carbono.

A primeira dica dada por elas é aderir ao movimento conhecido como "Segunda sem Carne", em que as pessoas optam por consumir pratos vegetarianos.

"A criação de gado contribui para a emissão dos gases de efeito estufa, então, que tal se a gente reduzir o nosso consumo de carne e escolher um prato vegetariano na segunda-feira?", diz uma delas.

O conteúdo irritou os ruralistas, despertando críticas de políticos que defendem pautas ligadas ao agronegócio, empresários do setor e entidades.

Sindicatos rurais organizaram por meio das redes sociais os churrascos, que batizaram de "Segunda com Carne". O protesto está marcado para acontecer nas portas das agências de Ribeirão Preto (SP), Araçatuba (SP), Birigui (SP), Cuiabá (MT), Rondonópolis (MT), Araguaína (TO), Água Boa (MT), Canarana (MT), Barra do Garça (MT), Goiânia (GO) e Xinguara (PA).

Em Mato Grosso, o protesto é apoiado pela Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso), da Nelore Mato Grosso e da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu).

"Não é exagero da parte deles, é má-fé. Eles fazem de propósito para quebrar o agronegócio. A mesma propaganda feita pelo Banco do Brasil mostra a diferença entre um banco consciente e outro que faz difamação do agronegócio", disse o deputado estadual Gilberto Cattani (PSL).

Durante o ato em Cuiabá, cerca de 2.000 espetos de carne são distribuídos para as pessoas que passam pela agência, no centro da cidade. No fim da manhã, uma fila chegou a se formar na porta do prédio.

 

No ano passado, imagens de moradores de Cuiabá fazendo fila em busca de ossos ganharam as redes sociais. Nesta segunda, alguns deles aproveitaram que passavam pelo centro para pegar um espetinho com os manifestantes. Um deles é Estevão Vargas, 27. "Já peguei um pouco de carne e estou na fila para pegar de novo. Sou de Santa Catarina, mas moro em Cuiabá e apoio os manifestantes."

Para o pecuarista Jorge Pires de Miranda, também de Cuiabá, é importante que o setor se posicione contra a campanha. "Ela traz inverdades para a população, a pecuária é um segmento que só traz boas notícias para a população. Além de atendermos ao mercado nacional, exportamos para vários países, somos responsáveis por sustentar a balança comercial."

Segundo criadores de Xinguara (PA) divulgaram nas redes sociais, haverá doação de carne para quem levar um comprovante de inscrição no programa Auxílio Brasil e documento de identificação.

Segundo os sindicatos, os modelos de produção da agropecuária brasileira utilizam práticas sustentáveis, pastagens produtivas e integrações para a criação de bovinos, que contribuem positivamente para a questão das emissões de carbono.

Após tirar o vídeo de suas redes, o banco divulgou, no dia 24, uma carta aberta ao agronegócio, em que procurou se desvincular do conteúdo e disse que tomaria ações administrativas internas severas por conta do ocorrido.

"Nos últimos dias lamentavelmente vimos uma posição descabida de influenciadores digitais em relação ao consumo de carne bovina, associadas à nossa marca. Importante dizer que tal posição não representa a visão desta casa em relação ao consumo da carne bovina", diz a carta do banco.

"Se o Brasil não tivesse a produtividade que a pecuária tem, a comida seria muito mais cara. A questão da fila do osso é governamental e não podemos ser responsabilizados por isso, o que nós esperamos são políticas que melhoram a renda do brasileiro", disse Jorge Pires, diretor do Sindicato Rural de Cuiabá. "Participamos de diversas ações de doação de alimentos."

Na semana passada, a Acrimat emitiu uma nota repudiando tanto o vídeo quanto a postura do banco, "que emitiu um comunicado se isentando de qualquer responsabilidade sobre o ocorrido e reiterando sua confiança e apoio ao setor".

"Ocorre que o próprio Bradesco, em um dos seus aplicativos, também estimula a redução do consumo de proteína animal com a desculpa de se reduzir a emissão de carbono. Ora, se somos uma das cadeias mais importantes para a economia, como o próprio Bradesco atua com essas duas versões?", questionou a entidade.

Na última sexta-feira (31), o Bradesco reiterou seu apoio ao setor e, por meio de nota, disse que a instituição é o maior banco privado do agronegócio.

"Foram a Pecplan e a Fundação Bradesco, com o apoio de seus técnicos, que implantaram e capacitaram milhares de agropecuaristas a fazer inseminação artificial, ajudando a agropecuária a chegar ao atual e reconhecido nível de excelência mundial."

Procurado novamente nesta segunda-feira, para comentar os atos de protesto marcados pelos ruralistas, o banco reforçou que apoia o agronegócio (Folha de S.Paulo, 3/1/22)

Banco aprende da forma mais dura que ‘quem lacra não lucra’ e é obrigado a se retratar publicamente

O Bradesco acaba de levar uma dura lição que há muito vem sendo dada às empresas e pessoas públicas que ‘resolvem dar aquela lacrada’ nas redes sociais, com o objetivo de agradar o público esquerdopata e toda a lacrosfera que habita em seu entorno.

O banco lançou uma campanha em prol do meio ambiente e caiu no erro de dar dicas, entre elas, a de redução de consumo de proteína animal – a carne, propriamente dita.

Além de não conseguir o sucesso que esperava com a campanha, acabou mesmo provocando um dos setores mais importantes da economia nacional, o do agronegócio, nele inserido a agropecuária.

Segundo dados de 2020, o PIB do setor avançou 24,31% em 2020, frente a 2019, e alcançou participação de 26,6% no PIB brasileiro (participação que era de 20,5% em 2019). Em valores monetários, o PIB do País totalizou R$ 7,45 trilhões em 2020, e o PIB do agronegócio chegou a quase R$ 2 trilhões.

Dados estes números se vê o ‘tamanho da besteira’ que o Bradesco fez ao incentivar, olhem só, a redução de consumo de um dos principais produtos do setor.

O resultado não foi outro, senão a retratação pública, em carta que prometeu:

‘A remoção do conteúdo do ambiente público e ações administrativas internas severas’.

Em resumo tirar o vídeo do ar e, provavelmente, demitir os criadores do conteúdo e quem os aprovou.

Mas, como sempre temos dito aqui no JCO, se caiu na rede já era e o print será eterno.

Confira aqui, a carta de retratação:

Reprodução Redes Sociais (Jornal da Cidade, 28/12/21)