28/11/2018

Peste suína na China força país a elevar importação de carnes

Porcos em fazenda na província chinesa de Anhui

Brasil, que já aumenta as vendas para o país asiático, será um dos beneficiados.

O avanço da peste suína africana por várias regiões produtoras da China reduz a oferta interna da proteína no país e eleva a necessidade de importações.

O aumento das compras externas pela China no próximo ano poderá variar de 2% a 15%. No primeiro caso, as importações seriam de 1 milhão de toneladas. No segundo, porém, essas compras somariam 7,9 milhões de toneladas.

Os números constam no mais recente relatório do Rabobank sobre o setor. A instituição, especializada no agronegócio, prevê que esse cenário complicado para os chineses poderá interferir também no mercado externo.

O Brasil, um dos principais exportadores mundiais de proteínas e que já vem expandindo as vendas de carnes para a China, seria um dos beneficiados também no próximo ano.

O avanço da doença no país provoca um aumento nos abates, proibição de transporte de animais das regiões afetadas e das vizinhas e uma volatilidade nos preços, que já são os maiores em 15 anos.

O banco prevê que o Brasil —que já elevou em 247% as exportações de carne suína para os chineses nos meses de janeiro a outubro deste ano—  poderá colocar mais 60% em 2019: 256 mil toneladas.

A queda da produção na China poderá elevar o consumo de carnes bovina e de frango no país.

Os chineses são os maiores produtores e consumidores mundiais de carne suína. O produto que melhor substitui essa proteína seria o frango, na avaliação do banco.

Mesmo assim, as importações de carne bovina pelo país tiveram intensa elevação, subindo 40% nos nove primeiros meses deste ano.

O Rabobank espera novo aumento em 2019. Os países da América do Sul, da Europa e Austrália estarão entre os principias fornecedores do produto para os chineses.

O banco vê um cenário de aumento das exportações de carne bovina do Brasil no próximo ano. Além de China e Chile, países que tiveram grande importância neste ano, a Rússia retirou parte das barreiras que mantinha ao produto brasileiro.

O Rabobank estima um aumento de produção de carne bovina de 2% em 2019 no Brasil, após aceleração de 4% neste ano (Folha de S.Paulo, 28/11/18)