07/06/2018

Pode faltar diesel em 30 dias se preço não for bom para importador

Compra no exterior pode não ser vantajosa por causa do controle de preços adotado.

Há risco de faltar diesel entre 30 e 60 dias se o mecanismo de subsídio ao importado não ficar claro, ou caso a compra no exterior não seja vantajosa dado o controle de preços no país. 

O alerta é de um alto executivo de uma importante empresa do setor, que se manifestou sob a condição de anonimato. Eduardo Guardia, ministro da Fazenda, já havia afirmado que também haverá subvenção ao importador.

Quem importava eram as distribuidoras. Por que farão isso agora caso possa comprar a um preço menor aqui do que fora, pergunta-se o empresário ouvido pela coluna. 

O intervalo entre o momento em que se faz a ordem de compra internacional e a chegada do produto é de cerca de um mês.

Outra mudança prevista é a criação de um preço de referência do diesel no Brasil—cada vez que estiver abaixo desse patamar, haverá uma taxação extra sobre o importado.

Há, de fato, chance de faltar combustível, diz Adriano Pires, do Cbie (Centro Brasileiro de Infraestrutura).
“Existe o risco, isso vai depender do preço de referência e do mecanismo dele, se será um para cada região ou para o país inteiro.”

A decisão sobre o preço de referência deverá se tornar pública nesta quinta-feira (7). 

O volume de diesel importado em 2017 foi o equivalente a 23% do consumo, segundo a ANP. O tema foi tratado em uma reunião no Ministério de Minas e Energia na sexta-feira passada (1º).

 

Ver o que é... 

Setores do empresariado agrícola foram os mais explícitos no apoio aos caminhoneiros, por enxergarem ganhos em potencial com a redução do preço do diesel ao consumidor final.

Com o tabelamento do frete, porém, sentindo-se prejudicados pela alta dos custos, tornaram-se os críticos mais azedos às medidas, dizem executivos de outras indústrias (Folha de S.Paulo, 7/6/18)