06/11/2018

Preço do etanol, gasolina e diesel caem nos postos

Preço do etanol, gasolina e diesel caem nos postos

O preço médio da gasolina nos postos no Brasil caiu 0,3 por cento na semana passada ante a semana anterior, para 4,709 reais por litro, mostraram dados publicados nesta segunda-feira pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O recuo aconteceu após a Petrobras realizar cortes importantes no preço da gasolina nas suas refinarias nas últimas semanas.

Em 31 de outubro, a empresa cortou o preço médio da gasolina nas refinarias em 6,2%.

O repasse dos reajustes da Petrobras aos consumidores depende de distribuidores, revendedores, impostos, além da mistura obrigatória de etanol anidro na composição da gasolina vendida nos postos.

O etanol hidratado, concorrente da gasolina nas bombas, teve média de 2,975 reais por litro na semana passada, queda de 0,27 por cento em relação à semana anterior, segundos os dados da ANP.

O preço médio do diesel, combustível mais consumido do Brasil, atingiu 3,719 reais por litro, queda de 0,05 por cento, na comparação com o período anterior.

A leve queda ocorre após a Petrobras ter anunciado uma redução de 10,1 por cento nos preços do diesel para o período entre 30 de outubro e 28 de novembro, ante o mês anterior, devido a ajuste mensal do programa de subsídio ao combustível.

Com o programa, lançado em junho, como resposta à greve histórica de caminhoneiros, a petroleira deve praticar o preço do diesel dentro de limite máximo estabelecido pelo governo, contando com ressarcimento pelo governo de até 30 centavos por litro. O preço de referência é ajustado a cada mês (Reuters, 5/11/18)


Relação etanol/gasolina acelera a 61,55% em outubro em São Paulo 

A relação entre os preços do etanol e da gasolina acelerou na comparação entre setembro e outubro, aponta a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O preço do litro do etanol encerrou o décimo mês do ano correspondendo a 61,55% do preço do litro da gasolina, acima do patamar de 59,88% verificado ao final de setembro, o mais baixo para o mês desde 2008, quando atingiu 55,31%.

"A gasolina segue em aumento, mesmo com a redução de preços nas refinarias. Ainda não percebemos esta redução nos postos. Já o etanol vinha em trajetória contrária: tinha caído muito a correlação e agora começa a devolver, em linha com a sazonalidade de fim de ano", comentou o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, Guilherme Moreira. "Até pelo fato de a correlação estar favorável ao etanol, houve um aumento de demanda, que contribui para puxar o preço", comentou.

Moreira reforçou que o uso do etanol deixa de ser vantajoso quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do etanol é de 70% do poder do combustível fóssil. Com a relação entre 70% e 70,5%, a utilização de gasolina ou etanol é considerada indiferente.

"Agora, com o câmbio menos volátil, os preços da gasolina devem passar a se comportar melhor, mas a relação ainda está bem favorável ao etanol", destacou Moreira. Ele avalia que o cálculo deve se aproximar da marca de 70% entre novembro e o início do ano que vem. "Como a gasolina subiu muito nos últimos meses, aumentou a diferença. Talvez demore um pouco mais do que o usual para atingir o equilíbrio", comentou. 

Nesta segunda-feira, com base no levantamento do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), a Fipe informou que a gasolina teve alta de 1,66% entre setembro e outubro, enquanto o etanol avançou 5,14% na mesma base de comparação (Agência Estado, 5/11/18)