Preços agrícolas continuam a cair no campo e no varejo
TRATOR PREPARANDO TERRA -Imagem- Pixabay-TheOtherKev
Quedas afetam principalmente os valores de boi, milho e soja.
Os preços dos produtos agrícolas continuam em queda no campo e chegaram aos menores valores nominais desde 2020. Isso tem permitido uma retração no custo dos alimentos na mesa do consumidor.
A saca de milho está sendo negociada a R$ 54,5 na região de Campinas (SP), um recuo de 17% apenas neste mês. No mesmo período do ano passado, as negociações giravam em R$ 87 por saca.
Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os preços atuais são os menores desde agosto de 2020. Em maio de 2021, a saca estava em R$ 102.
Com a queda de preços no campo, as farinhas caem no varejo. Neste ano, conforme dados desta quinta-feira (25) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a farinha de milho acumula queda de 6,5% no ano, e o fubá, de 4%.
A soja também tem os menores preços no campo desde agosto de 2020. A saca está sendo negociada a R$ 128,6 no Paraná, um valor bem inferior aos R$ 188 de há um ano.
A desaceleração da oleaginosa permite uma forte queda no preço do óleo de soja, que acumula retração de 10% neste ano e de 22% nos últimos 12 meses no varejo. Com o aumento das exportações, o óleo de soja havia subido muito nos últimos anos.
O boi também passa por uma forte retração dos preços no pasto. A arroba caiu para R$ 255 no mercado paulista, um recuo de 5% apenas neste mês. O valor atual da arroba, que chegou a R$ 350 em março de 2022, baixou para o menor patamar desde outubro de 2021, um dos períodos do embargo da carne brasileira pela China.
Os preços do boi gordo caem no campo devido à maior oferta de animais para abate e menor interesse dos frigoríficos nas compras. Interfere ainda nesse mercado o final da temporada das chuvas, o que deixará os pastos com menor qualidade para a alimentação do gado.
Os dados desta quinta-feira da Fipe apontam queda também para o varejo. Após o recuo de 0,3% nos últimos 30 dias, o valor médio das carnes bovinas teve retração de 4% para o consumidor neste ano. Entre as principais quedas, estão acém, alcatra e picanha.
As carnes de frango e suína também diminuem no acumulado do ano. A suína, no entanto, devido à recuperação das exportações, voltou a subir neste mês.
Leite e arroz, contudo, ainda pesam no bolso do consumidor. O leite, com a menor oferta no campo, acumula alta de 11% no ano no varejo. O arroz, mesmo com o período de safra recém-terminado, acumula elevação de 4,6% nos supermercados (Folha de S.Paulo, 26/5/23)