Primeiro setor afetado pelo desmatamento é o da carne, diz empresário
Legenda: Marcos Molina, presidente do conselho da Marfrig - Adriano Vizoni/Folhapress: "A rastreabilidade abre espaço não só para exportação. No mercado interno, o consumidor também quer saber de onde vem o gado, se não vem da Amazônia ilegal"
Para dono da Marfrig, rastreamento total do gado abriria mercado no exterior.
Um dos membros do grupo de sete empresários e presidentes de grandes companhias que participaram da videoconferência para levar a preocupação ambiental do setor privado ao vice-presidente Hamilton Mourão, na sexta-feira (10), Marcos Molina, presidente do conselho de administração da Marfrig, disse que, se o governo adotar a meta do rastreamento total do gado no Brasil, vai ajudar não só as empresas exportadoras mas a si próprio, com aumento na arrecadação.
O principal pleito do empresário foi o rastreamento total no mercado brasileiro. Para Molina, não basta monitorar só a fase do confinamento. Ele diz ser preciso detectar desde a origem, onde nasce o boi, para verificar se foi em propriedade irregular, eliminando o comércio ilegal, inclusive para frigoríficos de pequeno porte.
O primeiro setor a sofrer o impacto da imagem do desmatamento é o da carne e por isso o rastreamento ajudaria as empresas brasileiras a acessar mais mercados no exterior, segundo Molina, que diz ter saído da reunião com expectativa positiva após ouvir de Mourão que o governo está de acordo com a necessidade da medida.
“Temos que fazer um pacto entre governo e mercado para o Brasil executar isso o mais rápido possível porque ia começar a mudar o status do país. Isso valoriza a nossa carne, acaba com a sonegação e com o boi ilegal”, disse.
A Marfrig trabalha atualmente com um nível de rastreabilidade de 42% e a meta é atingir 100% em cinco anos, segundo o empresário (Folha de S.Paulo, 12/7/20)