Produção de carnes de frango e suína será recorde; preço mudou de patamar
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Pressão de custos, principalmente as vindas do milho e da soja, vai manter os valores das proteínas elevados para os consumidores.
O Brasil vai produzir um volume recorde de carnes de frango e suína no próximo ano. O consumidor, no entanto, vai continuar pagando caro pelas proteínas.
Essa pressão nos preços internos das carnes vem dos elevados custos das matérias-primas utilizadas na ração dos animais, segundo Ricardo Santin, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).
Para ele, pior ainda para os países produtores concorrentes, que buscam essas matérias-primas no mercado brasileiro.
Além do custo do milho e da soja, os produtores externos de proteínas, principalmente os do hemisfério Norte, têm ainda outros custos, como os da energia. Segundo Santin, o Brasil continua mais competitivo do que os concorrentes neste setor.
Isso mostra o potencial brasileiro de exportações. No próximo ano, o país colocará 5,2 milhões de toneladas de frango no mercado externo, 8,5% a mais do que em 2022.
As vendas externas de carne suína sobem para o recorde de 1,25 milhão de toneladas, 12% acima das obtidas neste ano, conforme estimativas da ABPA.
O cenário é bom, mas há alguns pontos de atenção no mercado externo. A inflação está elevada no mundo todo, a economia mundial tem ritmo fraco e a gripe aviária já afeta 40 países.
Internamente, o presidente da ABPA vê alguns pontos positivos, como a queda no desemprego, reajuste do salário mínimo e o dinheiro a ser injetado com o auxílio de R$ 600.
O consumo per capita de carne de frango será de 45,5 quilos por pessoa no próximo ano, 1% a mais. O de carne suína sobe para 18,5, e o de ovos recua para 235 por ano, 2,5% a menos.
A produção mundial de carne suína deverá ser de 110 milhões de toneladas em 2022, uma recuperação em relação aos 96 milhões de 2020, mas ainda inferior aos 112 milhões de 2018.
No caso da carne de frango, o volume produzido no mundo é crescente desde 2016, e já fica perto do de carne suína. Neste ano serão 101 milhões de toneladas, segundo informações do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Em 2023, o Brasil é o único entre os principais produtores com potencial para elevar as exportações. Na carne de frango, após assumir o segundo posto mundial na produção, o país manterá a primeira posição em exportações.
A produção nacional de carne de frango sobe para 14,7 milhões no próximo ano, acima dos 14,5 milhões deste ano. A de suínos vai a 5,15 milhões, com alta de 4% sobre a deste ano, conforme estimativas da ABPA (Folha de S.Paulo, 16/12/22)