26/08/2022

Produção rural ESG no Brasil é líder mundial e, em digitalização também

Produção rural ESG no Brasil é líder mundial e, em digitalização também

LOGO Mckinsey

Por Giovanni Lorenzon

Se o mundo der ouvidos ao que os agricultores brasileiros defendem sobre suas práticas de produção, também estará dando ouvidos ao que a Mckinsey constatou. O produtor daqui está a frente de concorrentes no sensível tema da sustentabilidade produtiva.

E, por incrível que possa parecer, a digitalização das operações rurais no Brasil salta na liderança sobre americanos e europeus. A taxa de embarque nas ferramentas online é de 40%, em média, com pouco maior no Sul, se for desagrada por região.

Em pesquisa da consultoria global, envolvendo nove países na Europa e Américas, ouvindo 5,6 mil agricultores, destaques para a intensidade da agricultura regenerativa através, por exemplo, do plantio direto na palha, em 80%, contra 55% nos EUA.

Outro vetor importante foi a utilização, constatada no levantamento, de que no Brasil 61% aplicam o controle biológico no controle de pragas, número que cai para 30% entre os americanos.

O que é preciso, agora, é essa gente do campo prestar a atenção ao que a consultoria global registrou também.

É preciso mais para adicionar valor aos princípios ESG e fazer a produção rural gerar mais crédito de carbono do que hoje, que está em torno de 6% dos produtores que têm alguma monetização.

Para Nelson Ferreira, sócio-sênior em São Paulo e líder global de práticas agrícolas da McKinsey, o fato de o País já adotar em “larga escala práticas de agricultura regenerativa” sem agregar algo sobre o já existente em relação à “baseline” (linha de base, ponto de referência).

Maior não é o melhor

Mas como isso pode ser comparado aos Estados Unidos, que a companhia colocou atrás do Brasil em práticas de agricultura sustentáveis?

Porque o ponto de referência americano parte de uma base mais baixa, explica o Ferreira, em entrevista ao Insper Agro Global.

Talvez uma boa dose de credibilidade, sobre o que os concorrentes brasileiros, a América do Norte também a possua. E isso sempre é fator facilitador de investimentos, como em qualquer outra área.

Mas vale a interpretação livre do dito pelo executivo da consultoria: se o que se faz está feito, é preciso mais, como replantio de áreas florestais degradadas e o uso dividido entre lavoura, pecuária e matas.

Desse modo, na avaliação do estudo comandado por ele, o percentual de produtores brasileiros que geram dinheiro com o sequestro de carbono corresponde, hoje, a 1% do total projetado para o mundo em 2030, de US$ 2,3 bilhões em emissões voluntárias de crédito.

Nos EUA, são 12% dos produtores, patamar considerado baixo pela McKinsey, mas já o dobro do Brasil.

Na comparação com pesquisas anteriores, a McKinsey também viu avanços brasileiros em várias outras frentes (Com informações da Neswletter Insper Agro Global; Money Times, 25/8/22)