26/08/2021

Produtividade menor da cana provoca preços recordes dos derivados

Produtividade menor da cana provoca preços recordes dos derivados

MÁQUINA COLHENDO CANA Roberto Biasotto.

Saca de açúcar acumula alta de 16% no mês, e litro de etanol hidratado, 7%, segundo o Cepea.

O efeito das geadas de junho e de julho começa a aparecer com mais intensidade nos preços dos produtos derivados de cana-de-açúcar. Nesta quarta-feira (25), eles registraram valores recordes nas usinas de São Paulo.

A saca de açúcar subiu para R$ 135,70. Este preço supera em 16% o do final de julho e em 63% o de igual período do ano passado, conforme dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

A alta se deve à oferta reduzida de matéria-prima, devido aos efeitos climáticos adversos sobre as lavouras de cana. Do início desta safra, em abril, à primeira quinzena de agosto, o volume de cana produzido teve retração de 10,5% em São Paulo, principal estado produtor.

 Com isso, as usinas paulistas colocaram 10,2% menos açúcar no mercado. A produção total de etanol teve queda de 11,1%, puxada principalmente pelo recuo de 26,5% na oferta de álcool hidratado, conforme dados da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

A oferta menor fez o preço atingir R$ 3,25 por litro nas usinas nesta quarta-feira, 75% a mais do que em igual período de 2020, conforme dados de negociações ocorridos em Paulínia (SP). Neste mês, a alta foi de 7%.

A boa demanda externa e a redução na oferta de produto continuam trazendo custos elevados para os consumidores internos.

reajuste de preços pesa no bolso da população tanto no supermercado, na compra do açúcar, como na hora de abastecer o veículo.

A seca e a geada já provocaram uma queda de 13% na produtividade da cana nesta safra, em relação à anterior. O rendimento por hectare é de apenas 75,1 toneladas neste ano, segundo a Unica.

 

Os preços elevados retiram parte dos produtores do mercado. As usinas comercializaram, nos mercados interno e externo, 5% menos etanol hidratado na primeira quinzena de agosto. Internamente, a queda foi de 12% (Folha de S.Paulo, 26/8/21)