Ruralistas passam o trator na Conab
Ao regressar da Holanda, onde se encontra para "visitas a organizações representativas do setor agrícola", o presidente da Conab, Newton Araújo Junior – na foto ao lado da ministra Tereza Cristina -, deverá receber outra passagem, só que agora apenas de ida. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, sofre pressão de seus pares da bancada ruralista para demitir Araújo – indicado por ela própria para o cargo. Há severas críticas do agronegócio à sua gestão. Uma das razões da intentona ruralista é a letargia no plano de privatizações de armazéns da estatal. Há 27 centros de distribuição nas cinco regiões do país fechados desde maio do ano passado, sem que nada aconteça: nem vão a leilão nem atendem aos agricultores. Os líderes da Frente Parlamentar da Agricultura se queixam de que ruralistas dessas áreas têm sido obrigados a recorrer a empresas privadas para vender e armazenar sua produção, a custos mais altos - em alguns casos de 10% a 15%. Procurado, o Ministério da Agricultura não se pronunciou. Há também críticas duras do setor ao trabalho técnico da Conab, notadamente em relação à descalibragem das suas projeções sobre a safra agrícola do país, sobretudo no segmento de café. Equívocos recorrentes nas estimativas têm induzido o produtor rural a erro em suas projeções de custos e receitas (Relatório Reservado, 14/2/20)