15/04/2019

São Paulo corta 6 horas de funcionamento de aeroportos no interior

São Paulo corta 6 horas de funcionamento de aeroportos no interior

Executivos do setor aéreo avaliam que medida atrapalha expansão de voos.

 

O superintendente do Daesp (departamento aeroviário de SP), Antônio Claret, resolveu reduzir de 24 horas para 18 horas o funcionamento de aeroportos no interior, sob a justificativa de custos de custos. Faltou combinar com as companhias aéreas, que não gostaram. Em fevereiro, elas se comprometeram com o governo João Doria a elevar em 490 o número de voos semanais em troca da redução no ICMS do querosene de aviação. Com aeroporto fechado não dá para voar.

O corte de horas começa a valer a partir de 1º de maio. Entre os aeroportos impactados estão Araçatuba, Bauru, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e outros que podem receber voos regulares.

Das 490 partidas semanais prometidas para que o ICMS do combustível caísse de 25% para 12%, as companhias já apresentaram 195 até agora. A promessa é fomentar a aviação regional.  

Executivos das aéreas avaliam que deveriam ter sido consultados pelo Daesp para adequar o corte de horas ao funcionamento da malha aérea. Elas calculam que 30 mil passageiros podem ser impactados, lembrando que parte das passagens já foi vendida.

Segundo o Daesp, a medida só formaliza o período normal de funcionamento, das 6h à meia-noite, mesmo horário de Congonhas. A ideia é focar períodos de mais movimento, e a iniciativa é parte dos esforços para otimizar a gestão visando futura desestatização, diz o Daesp. 

Procurada, a Abear (associação das empresas aéreas) diz que prefere não se manifestar porque está debatendo o tema com o Daesp. 

A Latam anunciou na sexta (12) o cancelamento de voos em Bauru até terça (16) devido a uma alteração no serviço de combate a incêndio no aeroporto, outra medida do Daesp, que diz seguir regulamentação da Anac (Folha de S.Paulo, 15/4/19)