Setor de carnes terá mais um ano recorde nas exportações
Com aumento de 21%, receita cresce mais do que volume, que evoluiu 7% no ano.
O Brasil nunca exportou tanta carne como em setembro. A venda externa de carne bovina atingiu o recorde de 187 mil toneladas no mês, gerando receitas de US$ 1,1 bilhão.
No mesmo período, as exportações de carne suína ultrapassaram, pela primeira vez, a marca das 100 mil toneladas, somando 102 mil.
Já as vendas externas de carne de frango também estiveram aceleradas, ao somarem 390 mil toneladas, mas inferiores ao recorde de 449 mil de julho de 2018.
O Brasil avança rapidamente no mercado externo nesse setor. Nos primeiros nove meses deste ano, as receitas das três proteínas atingiram US$ 14,2 bilhões, enquanto o volume exportado somou 5,55 milhões de toneladas.
Essa intensa evolução das receitas se deve mais aos preços internacionais do que ao volume colocado no mercado externo. A demanda externa pelas proteínas garante preços elevados neste ano.
Até setembro, as exportações médias de carne tiveram elevação de 7% no volume, mas cresceram 21% em receitas. A principal valorização foi a da carne bovina, cuja exportação aumentou 22%, em dólares, e apenas 2% em volume neste ano, em relação ao anterior.
O país deverá registrar mais um recorde neste ano. As receitas acumuladas nos nove primeiros meses já atingem 90% do total de US$ 15,8 bilhões do ano passado.
Os valores atuais ficam bem distantes dos de há duas décadas, quando o país obteve apenas US$ 1,54 bilhão com exportações de carnes. Há dez anos, as receitas já somaram US$ 11 bilhões, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Assim como ocorreu com a soja, a China vem sendo o grande motor das exportações brasileiras de proteínas, liderando as compras de carnes bovina, suína e de frango.
Neste ano, os chineses já deixaram US$ 5,9 bilhões no país com o pagamento de produtos deste setor. Apenas com importações de carne bovina foram US$ 3,81 bilhões. Suínas e de frango ficaram, em média, em US$ 1 bilhão cada.
O Chile também tem sido um bom mercado para o Brasil neste ano, vindo em segundo lugar nas compras de carnes bovina e suína.
O avanço das exportações provoca aceleração interna dos preços. De janeiro a setembro, a carne de frango ficou 31% mais cara para os paulistanos, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). A bovina subiu 12,5%, e a suína, 10% (Folha de S.Paulo, 6/10/21)