Tereos: Nos canaviais drones atuam também no controle biológico de pragas
Drone usado na aplicação de agentes biológicos em canavial da Tereos; sistema reduz custos, segundo a empresa. Foto Divulgação
Com isso, os trabalhadores da empresa francesa estão deixando de lidar com os insetos usados para controle biológico.
Nos canaviais do grupo Tereos no Brasil, os trabalhadores estão deixando de lidar com os insetos usados para controle biológico no meio da lavoura. Desde a safra passada (2023/24), todas as áreas próprias da companhia passaram a receber aplicação da cotésia, tipo de vespa que realiza o controle da broca da cana, por meio de drones. Nesta safra 2024/25, os drones passaram a ser totalmente responsáveis pela aplicação da vespa Trichogramma galloi, que também combate a broca.
A aplicação dos agentes biológicos é uma das vertentes do uso de drones pela Tereos em suas lavouras. Os equipamentos também já fazem pulverização de outros insumos, monitoram falhas de plantio da cana, identificam infestações de plantas daninhas em cada talhão e ainda quantificam o volume de bagaço no campo, segundo José Olavo Vendramini, superintendente de excelência agronômica e negócios agrícolas da Tereos.
“Estamos focados em expandir ainda mais o uso de drones em nossas operações, explorando novas oportunidades para aumentar a eficiência e a produtividade por meio da tecnologia”, diz Everton Carpanezi, diretor de operações agroindustriais da Tereos.
Segundo o executivo, a substituição das mãos humanas pelos drones na aplicação dos agentes biológicos faz com que o trabalho seja mais preciso e de qualidade, garantindo uma distribuição homogênea por meio de mecanismo dosador.
Vendramini acrescenta que a aplicação via drone é feita em pontos georreferenciados, e que o resultado é avaliado através de um mapa de pós-aplicação.
A prática, segundo os executivos, melhora a eficiência operacional e gera ganhos econômicos. “A adoção desse sistema visa mais a eficiência e a sustentabilidade, não o custo, mas há, em consequência, uma redução devido ao menor número de aplicações e doses. Estimamos essa redução em cerca de R$ 250 por hectare”, afirma Carpanezi.
Além do uso de drones, a companhia também passou a fazer o monitoramento de seus canaviais com o uso de um sistema israelense, acoplado a aviões, que fotografa as lavouras com alta precisão. Nesta safra, o grupo francês iniciou a parceria com a Taranis, empresa responsável pela tecnologia.
O sistema captura quatro imagens por hectare, que são analisadas por inteligência artificial, capaz de identificar plantas daninhas, pragas, deficiências nutricionais e doenças nas folhas da cana, de acordo com a Tereos.
Serão monitorados 240 mil hectares de canaviais por ano, gerando cerca de 800 mil imagens a cada período. No primeiro ano de adoção do sistema, a Tereos já identificou mais de 60 espécies de plantas daninhas (Globo Rural, 28/1/25)