Toyota aposta em células de combustível para o mercado da China
Legenda: O modelo Mirai, da Toyota, primeiro automóvel a célula de combustível economicamente viável
A Toyota anunciou nesta sexta (5) que uma parceria com cinco montadoras chinesas para desenvolver sistemas de células de combustível para automóveis no país. O projeto tem orçamento de US$ 46 milhões e vai envolver as fabricantes FAW Group, Dongfeng Motor, Beijing Automotive, Guangzhou Automobile Group (GAC) e Beijing SinoHytec.
A Toyota terá participação majoritária, com 65% da fábrica que será instalada em Pequim. Inicialmente, o foco é o mercado de carros elétricos da China.
Em comunicado, o diretor de operações da Toyota, Shigeki Terashi, afirmou que a estratégia “permitirá estabelecer as bases para o amplo uso de veículos a célula de combustível na China”.
A Toyota vem investindo em tecnologias de carros elétricos sem recarga, vistos como a opção de menor impacto na tendência de eletrificação do setor. A montadora japonesa lançou este ano o primeiro veículo movido a célula de combustível produzido em massa, o Mirai. Outras montadoras, como Honda e Hyundai, buscam maneiras de baratear a produção dos seus modelos com a tecnologia.
O Nexo, utilitário da Hyundai movido a célula de combustível, ainda não é economicamente viável. Produzido só para o mercado sul-coreano, o veículo custa o equivalente a R$ 135 mil, com subsídios. A montadora calcula que a linha de produção do Nexo só se tornará lucrativa a partir de 2025.
Na América Latina, aposta no híbrido com etanol
No fim do ano passado, a Toyota anunciou os planos de fabricação em São Paulo do Corolla Altis Hybrid, com motor elétrico de 72 cavalos e 100% etanol, com 101 cavalos de potência – o “híbrido mais limpo do planeta”, promete a companhia. Custando a partir de R$ 134 mil, o lançamento foi pensando para o mercado brasileiro e onde o Corolla convencional já é vendido (Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Peru e Colômbia).
Com a escala da indústria brasileira de etanol, o governo federal e o próprio mercado apostam que a transição para frotas descarbonizadas no país será feita com biocombustíveis e gás natural, nos veículos urbanos e pesados.
Conta em favor dessa visão o desafio de instalar redes de recargas de carros elétricos nas cidades brasileiras, sendo que algumas capitais, como o Rio de Janeiro, já possuem redes de postos de GNV e o etanol é distribuído, praticamente, em todo o país (EPBR, 5/6/20)