Trabalhadores rurais dizem que foram excluídos do Plano Safra
Trabalhadores rurais - Foto Agência Brasil
Associações que atuam em defesa de melhores condições de trabalho cobram promessas do governo.
A Contar, confederação nacional dos trabalhadores assalariados rurais, e a Oxfam Brasil cobraram do presidente Lula e do Ministério da Fazenda as promessas feitas pelo governo de que questões trabalhistas seriam levadas em conta no Plano Safra.
A organização afirma que, no ato de lançamento do Plano Safra, em 3 de julho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que "o Plano Safra 2024-2025 era o mais responsável da história. Diz ainda que o presidente Lula frisou, na ocasião, que as empresas deveriam se preocupar com os seus empregados.
Ambas as organizações afirmam que apresentaram propostas para que o financiamento aos produtores fosse atrelado ao cumprimento de determinadas obrigações trabalhistas, como a construção de instalações dignas de trabalho.
"Nenhum ministério apresentou oposição à inclusão de financiamento para garantir condições dignas de trabalho no Plano Safra", disse a Contar.
"Há [previsão] de financiamento de todo tipo de benfeitoria e infraestrutura dentro das fazendas: silos, armazéns, câmaras frias e até a moradia dos produtores. [O plano] também financia maquinários, consultorias e frotas de máquinas e veículos. Porém, os trabalhadores rurais foram ignorados."
Apesar disso, o Banco do Brasil, principal operador do Plano Safra, não financia empresas que estejam envolvidas em casos de degradação das condições de trabalho ou envolvidos em processos relativos a trabalho análogo à escravidão (Folha, 18/7/24)