VBP de 2020 é o maior dos últimos 32 anos; para 2021, deve crescer 10%
O Valor Bruto da Produção Agropecuária fechou 2020 em US$ 871,3 bilhões, alta de 17% ante 2019 e o maior dos últimos 32 anos, segundo o Ministério da Agricultura. Para 2021, as primeiras estimativas indicam crescimento de 10,1% do VBP.
No ano passado, as lavouras tiveram faturamento de R$ 580,5 bilhões, alta de 22,2%, e a pecuária, de R$ 290,8 bilhões, incremento de 7,9%. Em nota, a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura disse que os produtos que mais contribuíram para o resultado foram milho, com crescimento real de 26,2%; soja, com 42,8%; carne bovina, com 15,6%; e carne suína, 23,7%. "O faturamento da soja, milho e carne bovina foi de R$ 243,7 bilhões, R$ 99,5 bilhões e R$ 126,3 bilhões, respectivamente."
Para a estimativa de crescimento de 10% em 2021 o Ministério cita os esperados desempenhos do arroz (+17,3%), batata inglesa (+22,1%), cacau (+14,7%), mandioca (+10,9%), milho (+17,7%) e soja (+24,4%). "Há ainda boas expectativas para a pecuária, em especial para bovinos, suínos, frangos e leite." (Broadcast, 14/1/21)
Mudança no algodão tira valor de produção da casa do R$1 trilhão neste ano
Valor Bruto de Produção de 2021 deverá ficar em R$ 960 bilhões, 10% acima do de 2020, segundo Ministério da Agricultura.
O Ministério da Agricultura refez os cálculos do VBP (Valor Bruto da Produção), e as receitas de 2021 dos produtores, dentro da porteira, não deverão atingir R$ 1 trilhão, como previsto em dezembro. A nova previsão indica R$ 960 bilhões.
Essa redução ocorre porque a Coordenadoria Geral de Avaliação de Políticas e Informação do Mapa alterou os critérios na utilização do algodão.
Os dados passam a contemplar apenas o valor do algodão pluma, com base em produção e preços da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Com isso, essa lavoura, que registrava R$ 51 bilhões no ano passado, recuou para R$ 23 bilhões, segundo os novos critérios do Mapa.
A mudança não mexe apenas no valor total do VBP, mas muda também o ranking das principais culturas no país. A fibra, que ocupava a quarta posição entre as diversas culturas, agora passa a ser a quinta.
A redução do valor de produção do algodão diminui também a participação de Mato Grosso e da Bahia no ranking nacional. Esses dois estados são os principais produtores desse produto.
Sendo que a Coordenadoria de Avaliação refez a série desde 2017, o VBP deste ano ainda terá patamar recorde. O destaque fica para as lavouras, que terão crescimento de 12%, atingindo R$ 651 bilhões.
A pecuária, com crescimento de 6% no ano, sobe para R$ 309 bilhões. Os dados de lavouras incluem as principais 17 culturas no Brasil. Já o da pecuária contempla bovinos, suínos, frango, leite e ovos.
Com as mudanças nos números do algodão, a participação de Mato Grosso no VBP cai para 15,4%, enquanto a do Paraná, segundo principal no ranking nacional, sobe para 13,4%. Os cinco principias estados produtores concentram 61% do valor bruto da produção brasileira.
A concentração é grande também na lista de produtos de maior importância. Os cinco primeiros, liderados por soja e milho, concentram 54% de todo o valor de produção do país.
Esses números do VBP podem ser alterados nos próximos meses. Os preços externos das commodities, principalmente os de soja e os de milho, dois dos líderes da produção nacional, estão em alta. E a produção deles caminha para volumes recordes no Brasil. Preço e volume esquentam as receitas dentro da porteira.
Em 2020, o VBP atingiu R$ 871 bilhões, superando em 17% o de 2019 (Folha de S.Paulo, 15/1/21)