27/03/2018

Volume e preço derrubam resultado da Cooxupé

Volume e preço derrubam resultado da Cooxupé

O menor volume de café comercializado em 2017 e os preços em patamares inferiores ao do ano anterior derrubaram as sobras (lucro das cooperativas) da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) no ano passado. O resultado da maior exportadora de café do Brasil ficou em R$ 101 milhoes em 2017, quase 50% abaixo dos R$ 198,7 milhoes de 2016.

O faturamento bruto da cooperativa registrou leve queda em 2017, atingindo R$ 3,68 bilhões, 2,7% menos que os R$ 3,79 bilhões de 2016.

"Houve uma redução da margem o ano passado, porque comercializamos menos café e a um preço inferior ao de 2016", disse o presidente da Cooxupé Carlos Alberto Paulino da Costa. Segundo ele, as cotações variaram entre R$ 420 e R$ 480 a saca no ano passado enquanto em 2016 elas estavam entre R$ 530 e R$ 580.

A Cooxupé informou que recebeu 4,73 milhões de sacas de café arábica no último ano – 24,6% abaixo das 6,28 milhões de sacas de 2016. A redução dos volumes reflete o ciclo de bienalidade negativa do café na safra 2017/18, o que afetou a produção nacional. Na região de atuação da Cooxupé, o café também sofreu com problemas climáticos, segundo a cooperativa.

Com o menor volume recebido, a comercialização de café pela cooperativa (exportação e mercado interno) diminuiu e ficou em 5,5 milhões de sacas ante 5,82 milhões de sacas em 2016. O número supera a quantia recebida em função de estoques.

A Cooxupé exportou 4,055 milhões de sacas de café verde para 48 paises em 2017, acima das 3,9 milhões do ano anterior. Já as vendas de café no mercado doméstico tiveram forte queda – de 42,1%. Saíram de 1,9 milhão de sacas em 2016 para 1,1 milhão de sacas de café em 2017.

Para este ano, a expectativa da Cooxupé é receber 5,8 milhoes de sacas de café, sendo 4,6 milhoes de cooperados e o restante de terceiros. O volume deve crescer, disse Paulino da Costa, graças à previsão de uma produção maior na safra 2018/19, que é de bienalidade positiva. A estimativa da Cooxupé é que os seus cooperados produzam 8,8 milhoes de sacas.

Segundo o dirigente, o comportamento dos preços é "uma incógnita". "Se o clima continuar bom, deve ficar nos atuais patamares, de R$ 420 por saca", observou. Mas a expectativa é que o faturamento cresça por causa do maior volume esperado. A Cooxupé tem mais de 14 mil cooperados e atua nas regiões sul de Minas Gerais, cerrado mineiro e média Mogiana Paulista (Assessoria de Comunicação, 26/3/18)